25 de setembro de 2011

We're back, motherfuckers!



Apesar de todo o meu desejo de escrever esse post na sexta-feira, só venho trazer essas humildes e humanas palavras hoje, domingo (rs, pouco mais de 24 horas é muita coisa, sabiam? Perguntem a Jack Bauer), banhado em felicidade e empolgação. O motivo disso é simples: posso encher o peito com ânimo, repleto de ar e alegria, porque sim... Sim, hoje posso gritar e dizer: estamos de volta!
Não digo isso porque a espera pode ter sido longa – eu sobrevivi muito bem, por sinal. Não que eu estivesse roendo as unhas, porque, sinceramente, e volto a afirmar: a 6ª temporada de Supernatural foi um fiasco, desprovida de enredo forte e envolvente. Não é porque sou um grande fã que bajularei a série, eu seria um falso burro se fizesse isso. É a minha opinião, aliás, sobre o seriado de tevê que despertou em mim o sonho de escritor e a habilidade para as palavras. No entanto, após quatro meses de expectativas receosas, nós chegamos em Setembro e tivemos mais uma season premiere de Supernatural, me retomando aos dias gloriosos.


Sim, um sentimento nostálgico me tomou durante o mês, a semana e o dia que antecederam a estreia da temporada. Isso porque eu relembrei aquele mesmo Felipe, que no dia 16 de Julho de 2006, descobriu aquele seriado que tanto o agarrou com inspiração e devoção. Relembro os dias de empolgação infantil diante do computador, enquanto vibrava com cada episódio que baixava. Eu assistia, tinha os olhos e ideias iluminados pela série, e acompanhava – em tempo real, desde a terceira temporada – cada novo passo dos irmãos Winchester e cada final de temporada. Aqui vai uma confissão sobre isso: sempre tive uma ligeira revolta em relação àquelas pessoas que desfrutavam de Supernatural na tv aberta, ou, simplesmente, assistiam à série sem ao menos degustarem da cruel espera de meses para o início de uma nova temporada. Certo, certo, deixando os devaneios de lado, relembro o tempo bom, as lágrimas, as expectativas, os palpites e as teorias que Supernatural sempre me causou.  
A outra revelação é: após o término da 6ª temporada, minhas ansiedades decairam e as esperanças afundaram. Supernatural, na referida temporada, trilhou um enredo vazio, totalmente vago e desprendido dos aspectos que sempre o tornaram meu seriado favorito. Agora posso dizer, livre de preocupações (porque agora não são mais spoilers): Aquela abobrinha e alopração de Castiel ser o novo Deus, mesmo marcando um grande desafio aos produtores e roteiristas – especificamente de Sera Gamble -, nos trouxe uma ideia de que estávamos caminhando para uma história sem rumo, repetitiva e cansativa, apelando para histórias ruins e não tão realistas como sempre – sim, essa era minha opinião e a de muita gente. Começávamos a imaginar: E AGORA, QUE PORRA VAI SER DE SUPERNATURAL?  QUE PORRA DE SAÍDA VÃO ARRANJAR PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA BOA TRAMA?

Desesperançosos por quatro meses, muito de nós esperamos, esperamos e... Na última Sexta-feira, 23 de Setembro de 2011, tivemos nossa tão querida resposta. Agora é o momento que vou contar os spoilers e acontecimentos do primeiro episódio, certo? Errado. Vão assistir, pessoal, não vou contar nada, porque antes de ser um tipo de review, esse post fala sobre meus sentimentos acerca da season premiere, Meet The New Boss.
Vou terminar por aqui, porque realmente não disponho de paciência para fazer uma análise bem mais profunda do episódio – sério, são 00:32 e tô com sono. Tudo o que tenho a dizer, é que Supernatural parece se reerguer do trauma vazio da 6ª temporada, apresentando um enredo mais forte e envolvente. Principalmente por termos um novo motivo para nossos caçadores favoritos voltarem à ativa, na tentativa kamikaze – como sempre, né? Coisa de Winchesters – e intensa de salvar o mundo dos novos monstrinhos Leviatãs que estão à solta e domando no corpo de nosso ex-novo-Deus, o anjo Castiel.  Não posso deixar de lado o que acontecerá com Sam, agora que ele lembra de tudo o que rolou na Jaula ao lado de Lúcifer e Miguel. Perguntas frequentes, são: o que vai acontecer com ele? O que ele vai fazer? Será o mesmo Sam instável da quarta temporada? Será o Sam malvado e sem alma – literalmente falando – da sexta temporada?


Se eu quero respostas para tais perguntas? Oh, mas é claro. E quero que sejam respondidas ao estilo Supernatural de sempre: salvando pessoas, caçando coisas. A porra do negócio da família!
7ª temporada, aí vamos nós!


17 de setembro de 2011

Objeto



És usado. Um pequeno vaga-lume diante de um refletor. És atraído e traído. Uma mísera vida diante do esplendor. És amado e fatigado. Um ambíguo amante diante do amor. És amarrado, dilacerado, pisado e corroído, extremamente péssimo tu és comprimido. Um pobre substituto diante do amigo, a leviana pétala diante do capricho. No fim, descartado. És a última cartada, a única sobra sem lhes dar escolha. És tragado para fins alheios, diante do último suspiro. És traído. És usado. Eis meu castigo.

16 de setembro de 2011

­ ­ ­Brás C.

 “Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás íntimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como ébrios, quinam à direita e à esqueda, anda e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorrega e caem...”
Memórias Póstumas de Brás Cubas

15 de setembro de 2011

Migalhas



Caem as chuvas de inverno, caem as estrelas, caem as agonias. Ressecam os mares, os rios, as vontades. Varrendo as imensidões dos vales, transcendem os arbustos da escória, a decadência da vida, o amor e a derrota. Por míseros pastos de vergonha, as palavras sinceras caem por terra, a lealdade ressaca na juventude e a velhice acolhe nossas glórias. Me pergunto, me questiono: onde há o espaço adequado para estas dores? Porque há de existir, porque há de aplacar? As respostas, talvez nunca venhamos a descobrir – não enquanto formos homens e mulheres vulneráveis ao furacão da paixão. Por ora, ah, eu espero, fiquemos aqui apreciando as sórdidas jornadas de nossos corações. Cansados, felizes, iludidos e esperançosos, sofrem com o fardo da vida e se desprendem da humanidade. E as migalhas? São tudo o que de nós resta agora. 

4 de setembro de 2011

"Álvares de Azevedo, O poeta Rock N' Roll"

Embalado pela minha eterna paixão por Álvares de Azevedo, trouxe esse vídeo que encontrei hoje no tio tchube. Para os mais interessados que quiserem assistir e não têm muita noção - por ter matado a aula de literatura, né? - assistam ao vídeo, embora eu ressalte que discordo em certos pontos do que é dito aí. Mas são apenas detalhes, então dei o privilégio do desconto e deixei passar. Boa apreciação.



Créditos: www.livroclip.com.br

Acostuma-se


Nem tudo são rosas em nosso jardim mundano da vida. Há temporadas de seca, há temporadas de Inverno. Florescemos na Primavera, esquentamos no Verão, somos monótonos no Outono e gelados no Inverno. Não me refiro às estações do ano, mas ao vasto universo que nos compõem interiormente. Como pessoas, mudamos frequentemente e temos nossas fases, e numa sequência lógica de tempo que todos os anos se repete, aprendemos alguns lances com a vida - de forma boa ou ruim, ao acaso ou não, forçados ou por vontade própria. Nos acostumamos. Sabemos que o Sol vai nascer amanhã e deixamos passar tal espetáculo, mas há momentos que cessamos nossas rotinas por um instante e apreciamos ao nascer do Sol. Você sabe que ele sempre nascerá, no entanto a escolha é totalmente sua sobre ignorar tal fato ou continuar se comovendo todas as manhãs. Por uma simples questão de escolha - salvo algumas exceções - optamos pelo costume. A rotina nos aplaca. Ei, de uma forma ou de outra, tudo é rotina: o café todos os dias; o modo como dormimos; o jeito de beber um simples copo d'água ou o tratamento que damos às primeiras pessoas que topamos de manhã cedo. Porque rotina não é algo ruim, essencialmente. O lado ruim da rotina é como você a trata e o quê faz com ela. Você acostuma a conviver com alguns fatos, e passa a ignorá-los - são pequenos detalhes. Como a lembrança e a continuidade de uma dor, uma traição, decepção, alegrias, felicidades ou esperanças. Você aprende a conviver com tudo isso e molda sua vida a partir destes detalhes. A dor que tanto incomodou um dia irá parar, já que seu corpo ou alma estarão acostumado demais a senti-la. As lágrimas perderão seu valor, pois desceram de nossos olhos por tempo demais. Certas coisas não mudam, então decidimos continuar presos a elas pelo simples fato de sentirmo-nos bem, apesar de todos os pesares sórdidos e dolorosos. A vida segue e tudo o que devemos capturar dela é o modo mais acomodado ou doloroso de seguir em frente. Aprende-se: tudo é rotina. Aprende-se: basta acostumar-se.