31 de janeiro de 2012

Pensamentos


Eu penso em sair de casa, mas não em uma atitude adolescente rebelde, e sim como nova experiência. Como criar asas e me desprender do mundo que sempre me acolheu. Desbravar o desconhecido, apalpar o novo. Eu penso em correr pelo mundo, falar várias línguas e conhecer todos os povos. Penso em ajudar os mais necessitados, alimentar os que tem fome e lutar pelos oprimidos. Eu penso em estar na guerra, jogando paus e pedras contra um exército. Eu penso em procurar serenidade através de outros dogmas e idéias. Eu penso na expansão. Penso em salvar o mundo, levantar a bandeira do planeta e proteger os animais. Sair pelos sete mares defendendo baleias, golfinhos... Ecossistemas inteiros. Eu penso em morrer pela causa e terminar a vida fazendo aquilo que eu acreditava. Penso em conhecer novas mulheres; novinhas, velhas, coroas, amigas, colegas e sábias. Ter um propósito. Penso em escrever um livro, ser aclamado. Não pelo fama, mas pelo talento. Ser um poeta lembrado, nem que seja por ter sido o mais idiota deles. Um panacão. Panaquinha. Eu penso em ser vitorioso. Vencer depois de todas as pequenas derrotas e barreiras que já tive. Não quero sucesso, nem fama. Quero estabilidade e tranquilidade. Penso em ser feliz. Penso em amar uma mulher de verdade, amá-la inteiramente de corpo e alma. Casar. Criar uma família. Ter um casal de filhos. Penso em ser pai e na empolgação da gravidez, na ansiedade e paparicos à ela. Penso em tudo isso. Penso em coisas sérias, penso em besteiras, na vida. Eu ainda penso em você.

23 de janeiro de 2012

The Man Who Would Be King...


Você sabe, eu... Eu estou aqui faz muito tempo. Eu me lembro de muita coisa. Me lembro de estar à beira-mar, observando um cação se arremessar na praia. E um irmão mais velho dizendo: "Não pise nesse peixe, Castiel. Há grandes planos para esse peixe. Eu me lembro da torre de Babel. Todos os seus quase 12 metros, o que acredito ter sido impressionante na época. E quando ela caiu bradaram ser a "Ira Divina". Mas, qual é? Estrume seco não pode ser empilhado tão alto. Eu me lembro de Caim e Abel; Davi e Golias; Sodoma e Gomorra. E, claro, me lembro do evento mais memorável. Memorável porque nunca chegou a acontecer. Foi evitado por dois jovens, um velho bêbado e um anjo caído. A grande história. Nós refizemos o final. E as regras. E o destino. Deixando somente liberdade e escolha. O que foi tudo lindo exceto... E se eu tiver feito a escolha errada? Como eu devo saber?
(Castiel. 6x20)

20 de janeiro de 2012

Desculpas


Se eu saio por aí magoando vocês. Soltando farpas com a língua e falando besteiras. Se eu pareço cafajeste ou falso. Se me igualo a um mentiroso conquistador de quinta e vocês – ou você - riem da minha cara. Se eu feri alguém com as coisas que escrevo por aí. Desculpas? Desculpem-me se sou inconstante e falo coisas no ato, movido pela fúria do estresse. Só preciso controlar esse lance de raiva. Auto-controle. Pelas fotos, pela safadeza espontânea e as vezes que pareci não me importar. Com todos vocês. Pelo meu egoísmo e arrogância. Peço desculpas, porque muitas dessas ações foram uma simples forma de reagir. Grande parte disso não sou eu. Quando soei machista e ignorante, rude e estúpido. Eu não sou assim. Quando postei fotos de mulheres gostosas ou comentários sádicos. Eu não sou assim – pelo menos não por completo. Foi apenas uma imagem que quis passar; uma imagem de que sou forte e que não ligo para as coisas que vinham na minha direção. Tudo isso, todas as besteiras que disse e escrevi, foi a minha forma de fingir que não estava sofrendo. O meu jeito de esconder que tinha sido atingido. Desculpas. É o que tenho a pedir. Desculpas por eu ser assim: impulsivo. Desculpas por tudo. Na verdade eu me importo, só não queria admitir mesmo.

16 de janeiro de 2012

Aprendendo a Viver


Ninguém nos ensinou que a vida seria assim, escrota. Sério, cara. Uma das coisas que me revolta é isso: o mundo inteiro te cobrar como se você tivesse decidido viver. Nada contra a vida, também não estou fazendo apologias ao decadentismo e suicídio. Mas critico o jeito como as pessoas te tratam. Ninguém pediu para nascer, ninguém tem culpa de estar aqui. E, justamente por isso, cultivo uma séria opinião de que não somos obrigados a nada nessa vida. Não somos obrigados a estudar, não somos obrigados a crescer, nem a nos adaptar, muito menos a amar. Por isso, ultimamente venho enxergando as coisas de forma mais pacífica do que antes. Hoje eu entendo a posição de certas pessoas e, mesmo elas me fazendo sofrer ou dando porradas, me coloco em seus lugares e imagino se eu faria diferente. Pensando assim, eu paro de culpá-las por minhas dores e perdoo. Não que isso vá diminuir meu sofrimento ou decepção, mas me torna alguém bem mais compreensível. Eu acho que todos devíamos fazer isso.
Antes que pensem que esta seja a fórmula secreta para a felicidade na terra, vou logo adiantando: nada muda com essa atitude. Por outro lado, imagino que fiquemos mais calmos e tranqüilos. Menos irritação e ódio. Sei lá. É a minha forma de deixar o mundo se explodir do outro lado da rua enquanto vou assobiando no meu quarto. Deixe que tudo se foda. Assuma um pouco mais de neutralidade. Aborde e abrace a banalidade. Palavras têm poder e sempre se voltam contra nós, e sei que, dizendo isso, um dia coisas ruins virão a acontecer comigo e entrarei em desespero novamente. A neutralidade vai me abandonar e eu recordarei: “agora está acontecendo contigo, Felipe. E aí? É bom agora? Hein? Hein?”. Mas que esse dia chegue. Tanto faz, hoje. A vida é realmente assim, não há como mudá-la. Língua não tem osso e meu telhado jamais deixará de ser de vidro.
Enquanto isso, eu vou viver com os ensinamentos que a vida me proporciona. Porque eu sei que nada ocorre por acaso, e se de fato existe um Deus, então ele põe cada obstáculo diante de mim não para atrapalhar, mas para me ensinar a ultrapassá-lo ou conviver com a dor. Deus sabe o que faz, né? As coisas ruins e as coisas boas. Ele as coloca em nossas vidas com alguma razão e cabe a nós aprendê-la. Afinal, quando nascemos ninguém nos deu um manual de sobrevivência. Meus pais não me ensinaram que um dia eu iria amar e sofrer, tampouco que isso aconteceria várias vezes no decorrer da minha vida. Ninguém te ensina a respirar, você apenas aprende.
Andam dizendo por aí que sou frio, sem sentimentos. Pois é. Só quem lê esse blog sabe dizer se isso é verdade. Mas também pouco me importa, não estou largando de mão, não estou mandando ninguém se foder. Apenas não ligo, abro um sorriso e faço alguma brincadeira. Não me irrito, tampouco deixo de me irritar. É como eu disse: apenas deixo acontecer. Tipo um estado de zero absoluto – embora esse conceito físico seja puramente teoria. Errr, deixando o momento nerd de lado, é mais ou menos por aí. To escrevendo esse post para explicar meu atual estado de vida. Não estou triste, deprimido ou coisa parecida. Pelo contrário: atravesso uma fase muito boa de vitórias e conquistas. Não estou imensamente feliz, mas o pouco de felicidade que existe aqui já me é o suficiente para seguir em frente.
Sei que as coisas vão complicar a partir daqui. Não sou mais criança, agora tenho responsabilidades. COM GRANDE PODERES, VEM GRANDES RESPONSABILIDADES. ESSA É A MINHA DÁDIVA E A MINHA MALDIÇÃO. QUEM SOU EU? EU SOU O HOMEM-ARANH... BRINKS. Agora eu tenho um vestibular e um curso superior para honrar e concluir. Tô crescendo e vou precisar ajudar nas contas de casa – se meu pai deixar, é claro. Tenho uma casa nova pra morar, e uns rabos novos pra comer desculpem se fui insensível, rs, tava só tirando onda. Uma saúde complicada pra cuidar e... Sei lá mais o quê. É como eu disse: ninguém nos ensina a viver; ninguém menciona as barreiras; ninguém nos ampara nos momentos mais íntimos de desilusão. Nós aprendemos sozinhos, e é aí que está a graça de viver: o mérito por vencer é todo seu.   
Todo mundo passa por isso. Todo mundo sobrevive.
Apenas os mais apressados não agüentam os mártires do tempo.
Eu já fui assim, mas hoje... Bem, hoje eu deixo acontecer. Nem ligo mais.

8 de janeiro de 2012

Chuva


Você precisa entender.
Precisa entender que não estamos aqui pela imagem, principalmente no que diz respeito à aparência. Não estamos aqui para gastar o tempo, o tão precioso e imparcial relógio da vida. Quase como numa imensa roda da fortuna, são nossas vidas que são postas sob a aposta da casualidade, ou do destino, como você bem preferir. Não há tempo. Por isso não corra, não desista, não se apresse, mas seja rápida. É, seja... Seja rápida, caso contrário vai perder a chance, vai perder o próprio tempo. Mas, se for veloz demais... Então deixará tudo passar despercebido. Os detalhes, os cuidados e os refinamentos. As relíquias frágeis de um coração abstrato que procura concretude. Você vai perder, vai – eu estou avisando. Não se perca dentro da própria cabeça, dê tempo ao tempo, dê tempo ao seu próprio tempo sem deixar o tempo passar sem motivos. É preciso ser esperta. Você precisa entender, antes de mais nada. Tem que dispor de toda a força da criatividade, eu sei que há um mundo aí dentro. Você consegue – ninguém nesse mundo inteiro coloca tanta fé em você quanto eu. Mesmo quando tudo há de desmoronar, sumir ou murchar, saiba que haverá sempre um Sol para aquecer suas lágrimas. Lágrimas essas que irão subir bem acima dos sonhos, das esperanças e do impossível; chegará ao topo, tocará o esplêndido sabor da glória e retornará em forma de chuva, para molhar e dar forças às suas forças. E então (ah, nesse momento talvez você ainda não entenderá, mas isso já não importa tanto a partir daqui), com toda a fé que um dia ousei depositar em você, sua beleza – não aquela que citei no início, a qual deve-se negar – florescerá no primeiro raio de Sol que outrora evaporou suas lágrimas. E aí, nesse exato instante, você terá sentido o sabor da fina e promissora liberdade. Se libertará da minha vã e fraca penumbra, para desbravar um mundo là fora, longe de dúvidas e incertezas.
Quando você brilhar e se sentir feliz por isso, eu poderei ir embora.

6 de janeiro de 2012

I Got a Bulletproof Heart


You got a hollow point smile
É assim que começo o ano: com um coração à prova de balas? Não rs. Bem que deveria, seria bem legal, mas não vai ser assim. Dedico o nome desse post aos meus planos e esperanças, relembrando e cantando o trecho dessa música que, brevemente, tatuarei no braço esquerdo. É.
Antes que muitos me critiquem pelo fato de ser fã de My Chemical Romance, dizendo abobrinhas como “eles são emo”, “tu és emo”, direi por alto o quanto essa música é linda. Cantando sobre esperança e sobre o quanto você não deve se importar com as coisas fúteis da vida. Eu jamais vou saber descrever perfeitamente o significado dela, porque é o tipo de melodia e letra que devem ser ouvidas e sentidas. Nada mais que isso.
Por muito tempo eu a escutei. Em momentos de extrema alegria eu dava o play para comemorar, e, em momentos de tristeza e solidão, eu dava o play para procurar um estímulo. Ouvi-la era a única centelha de harmonia, tranqüilidade e esperança que acendia dentro de mim. Bulletproof Heart. Nem mesmo a gravidade importa. Nada vai me prender ao chão ou me puxá-lo para ele se meus objetivos ascendem aos céus e almejam as alturas (Gravity don't mean too much to me). É esse o verdadeiro significado que a música tem pra mim: de que não há limites, de que eu (ou qualquer um) pode alcançar aquilo que deseja, mesmo em sonhos, pensamentos ou ações. Ser feliz, mesmo que na própria imaginação, te torna alguém puramente esperançoso e te alavanca para as metas. É a luz que brilha dentro de você, iluminando a escuridão que existe aqui fora, no seu coração e no resto do mundo (Hold your heart into this darkness. Will it ever be the light to shine you out).
Não estou plagiando os trechos. Tudo o que faço são minhas próprias analogias e interpretações, tomando como base o significado das partes mais importantes da música.
E... Porra, eu não sei mais o que escrever. Há tanto tempo eu planejava escrever coisas bonitas e profundas sobre Bulletproof Heart, mas me dou conta que isso vai ser impossível. Como eu disse antes, a música foi escrita para se sentir. E é o que venho fazendo por longos meses (desde que o Danger Days vazou para download, na verdade). Cantando, chorando e sentindo o coração apertar, me dizendo que não importa o tamanho do buraco onde eu esteja atolado, sempre haverá uma força maior que vai me tirar de lá, seja ela vinda de um fator externo ou de mim mesmo. Me faz pensar o quanto eu ainda sou forte para agüentar algumas porradas. Me dá forças quando sinto vergonha ao olhar no espelho. Me faz ter a certeza de que ainda posso ser alguém importante, capaz de mudar talvez não o mundo inteiro, mas pelo menos a vida de alguém. Mudar para melhor.
E, acima de tudo, me mostra que eu posso ser eu mesmo, da forma como eu nasci para ser: bobo, idiota, meloso, dramático, poeta, escritor fajuto, apaixonado, infantil... Fã de My Chemical Romance. Porque foi isso o que eles me ensinaram bem antes de Bulletproof Heart ser lançada: foda-se o mundo; cague para o que as pessoas dizem; siga seus sonhos mais sinistros, tortuosos e ingênuos; seja você mesmo, sempre (I'm who I've got to be). Ame quem deve amar, salve quem deva ser salvo e mesmo aqueles que não; seja benevolente, massacre com a vingança; seja misericordioso, mas tenha consigo um punhado de maldade nas mãos, caso contrário não sobreviverá. É isso o que todos precisamos para sermos nós mesmos. Afinal, ser verdadeiro exige alguns sacrifícios. Não tenha medo. Chore e sorria. Cante agora e fique deprimido daqui a cinco minutos.
Porque, meus amigos, esta é a vida: feita para ser vivida. Em seus mínimos e preciosos detalhes.
Obrigado e comecem 2012 com o pé direito. Mas, se for pra começar com o esquerdo... Bem, haverá sempre um novo dia amanhã, e aí você pode trocar o lado do pé.  
Por fim, é assim que começo esse derradeiro ano. Com a certeza de que nada nem ninguém vai me derrubar totalmente. Com a certeza de que por fora eu posso fraquejar, mas minhas ações e meu espírito se perpetuarão em algum lugar – ou alguém - por onde passei na vida. Eu sobreviverei sempre. Esse, ah esse sim, é o meu legado.
Esses porcos estão depois de mim. Depois de você.