30 de abril de 2012

Dêem o Fora.


Saiam da minha cabeça, dêem o fora. Eu preciso relaxar, dispersar destes problemas que me cercam desde a infância. Não, eu não revelarei quais são, nunca contei para as pessoas mais próximas e não é hoje que isto vai mudar. Então, amigos, dêem o fora. Não me preocupem, não me alertem. Eu sei o que faço, caso contrário, nem estaria fazendo. Só preciso relaxar. Relaxar. Não façam parte das minhas preocupações, não queiram entrar para a lista dos “10 mais incômodos” da minha vida. Tenho problemas demais com minha própria cabeça; minhas concepções e opiniões são um quadro repleto de cores misturadas, portanto, não tentem adicionar novas tonalidades. Eu sei o que sou, sei o que preciso e conheço minhas dores. Não tentem se intrometer. Porque eu gosto de vocês, mas... Por favor, deixem-me livre nessa parte da minha vida. Eu só preciso esquecer que talvez meus sonhos não darão certo e, principalmente, esquecer este verme inútil que me envergonho de ser – sei minhas razões, não as colocarei jamais sobre a mesa e não arrisquem me convencer do contrário. No final, eu só preciso de três coisas não para ser feliz, mas para estar satisfeito com minha atual existência, mas... É, pois é. Sempre existe um “mas”.
Por isso, dêem o fora.

25 de abril de 2012

Por uma Noite


Essa noite não quero amor, agora não. Nem quero outro tipo de coisa, sabe? Essas besteiras e merdas de sempre: livros, café, textos, citações, um pouco mais de café e delírios. Chega disso por hoje, pelo menos. Ando cheio de aspirações malucas e textos bem montados, poesia melódica e centenária – a grande arte de juntar palavras. Por anos homens o fazem e onde irei me distinguir deles? Só mais um fajuto poeta escondido entre milhões de cidadãos normais. Há outros de mim por aí, bem melhores e tão mais habilidosos. Não é por isso, entretanto, que exalo cansaço. Essa noite não quero amor, eu não preciso disso – somente neste momento de devaneios esquizofrênicos em desilusão. Ponha em uma caixa no chão, enterre, faça um “xis” e dê para outros caçadores de recompensas. Não quero beijos, nem bajulações; tampouco os elogios banhados de clichês. Vou jogar fora as críticas para recolhê-las amanhã. Vou reciclar essa merda, mas deixa mofar na sarjeta do esquecimento. Todos os pensamentos sobre a alma e a existência, sobre o futuro, o passado e meus pseudo-arrependimentos. Vou observar cair por terra todas aquelas crenças em Deus, no Diabo, no átomo e no livre arbítrio. Se existe destino ou acaso, que se foda – que se exploda. Deixa queimar, deixa fluir, deixa que alguém se preocupe. Essa noite eu não quero esquentar a cabeça, ando cheio demais e isso não me levou à nada. Como eu bem disse, amanhã eu reciclo, pego de volta, tentando restaurar as ruínas. Reerguer os pedaços. Essa noite, a cabeça desacelera e o coração para. Essa noite, porra, darei atenção ao meu grande egoísmo. Mas, é sério: só por hoje.
Esta noite, apenas esta noite, para satisfazer os vícios e os prazeres da carne, eu só quero uma coisa.
Dinheiro. Apenas isso.  

24 de abril de 2012

Palavras ao Vento


No fim, pra mim, não importa quantas palavras eu escreva. Se são de coração, com amor ou com revolta; se partem da mais perfeita harmonia conduzida pelo meu cérebro ou pela minha loucura. Carrego essa constante sensação comigo. Talvez, um dia, eu até venha transmitir com clareza a perfeição do Deus dos cristãos como comparação ao que sinto. Mas, sinceramente? Acho que não vai importar. Já pareço um grande mentiroso, um verdadeiro mestre na arte de domar pelas palavras. No entanto, é através delas que consigo expressar aquilo que o Felipe tem vergonha e covardia em revelar, pessoalmente. Penso que sou um fracasso. Conduzi as coisas pelo caminho errado, e acabo por transmitir uma imagem errada de mim mesmo. Foda-se o mundo, é que acho que passei a imagem errada para a pessoa certa. Entendem? Eu comecei mal. E não importa se eu disser a verdade com aquelas famosas e – atualmente – banalizadas três palavras. Nunca vai parecer verdade. Me culpo por isso. Grande “dom” esse que tenho. Grande merda.

23 de abril de 2012

Lágrimas de Deus


”Lágrimas de Deus”, é como vou te chamar através dessas palavras. “Lágrimas” para refletir certa tristeza, “Deus” para equivaler sua extrema perfeição. Há aqueles que te menosprezam e que te querem longe, há muitos que te odeiam. Há outros que, ao contrário dos primeiros, nutrem intensa afeição por você. É nesses que me enquadro. Não sou tão religioso, mas esquecendo todos as incoerências de Deus, parto do ponto de vista mais magnífico dessa criatura. A perfeição. Pessoas que te amam; pessoas que fluem no seu curso e no seu ritmo, seja este estrondoso ou fraquinho; pessoas que descansam em seus lares, sob a tarde fria ou a noite agradável; pessoas que degustam xícaras de café ou algo mais relaxante; pessoas que te servem.
“Lágrimas de Deus”, caindo sobre nossos ombros deliciosa e furtivamente, deixando claro seu poder e grandiosidade. É claro que poucos vão te dar valor; serão raros os homens e mulheres que dedicarão um texto ou um poema a você. Mas, não importa, já que não é preciso vir a público para expor toda essa “paixão”. É algo tão trivial e recorrente, ninguém nem mais percebe – mas está lá, em nossos corações, escorregando como gotas de orvalho. Lágrimas de Deus. Tão bela e revigorante. Os escritores amam: você os trás paz e tranquilidade, navegando-os para muito além dos horizontes de Arcádia. Você leva à Nirvana, ao mais puro e inocente dos paraísos espirituais. Tão triste... Tão tranqüilizante, revigora e vicia. Cheiro inebriante, sensação suprema.
Lágrimas de Deus para mim; “Chuva” para outros.   

22 de abril de 2012

Cadê?


Onde você está? Cadê você? E essa falta que me assusta? Essa urgência que cresce e espera pelo momento certo que vou te ver? Por que tem de demorar tanto? Quanto mais vou ter de esperar e        quanto mais vou ter de agir? Isso que vivo me perguntando. Não sei se sou forte para construir esse futuro que sempre sonhei para nós dois. Não por falta de determinação, não por falta de interesse ou por falta de amor – essas três coisas eu tenho demais, para dar e vender, mas é algo nosso ou meu, mais ninguém vai pegar nem roubar, nem se intrometer. Sou fraco, talvez, para pular algumas barreiras como a distância e todas as dificuldades que insistem em interferir. Eu juro que vou agüentar essa barra. Juro que vou superar e seguir em frente, vencerei para que um dia eu possa te ver e te tocar. Estar mais perto de você, hoje, é meu sonho mais forte e construtivo. Ser um escritor reconhecido há tempos deixou de ser minha prioridade, porque minha prioridade maior é você. Então... Cadê? Entre as ligações que te prometi e a caixa postal que esbarrei? Cadê você nas mensagens que não recebi? Onde está, o que anda fazendo? Sério, não vou surtar com paranóias ou ciúmes, não faz o meu estilo – embora eu já apresente alguns sinais. Sua vida é sua, para ser vivida e aproveitada. Mas, saiba de uma coisa: eu posso não saber onde você está no sentido físico da coisa, mas no sentido mais figurativo, eu sei... Cadê? Você está no meu coração, e por mais clichê e idiota que estas palavras pareçam, esta é a verdade.
Eu te amo.

18 de abril de 2012

Diferenças


As diferenças são simples e vou direto ao ponto: eu não preciso e nem escondo quem eu sou. Não omito meus pensamentos, tampouco a forma como encaro o mundo. Eu não tampo o Sol com a peneira. Se tenho amizades ou coisas a mais, eu digo. Se estou brincando com amigos e colegas, eu brinco. E não importa se pessoas que estão de fora da brincadeira vão interpretar de forma séria. Eu não vou deixar de ser quem eu sou. É tudo tão simples, tão básico e primordial. Eu não escondo relações, não escondo nada. Digo a verdade para Deus e o mundo, isso se a pessoa com quem eu estiver permitir e não expressar vergonha de mim. Mas, geralmente, vocês nunca irão me ver em um relacionamento sério. Sem namoricos, sem paqueras... Lembrem-se: sou o nerd perdedor da história. Então é isso. Se eu tenho “fãs”, eu vou brincar com elas do meu jeito bobo e inocente, porque se eu não tiver segundas intenções, então nem vou perceber coisas a mais – porque eu sou besta e abobado mesmo pra perceber esse tipo de coisa. Em resumo, eu não tenho vida agitada. Tenho apenas amigos e colegas, nós brincamos e é disso que sou feito.
Acredite, se eu tivesse que esconder algo, então nem deixaria migalhas microscópicas como pistas e desconfianças. Se eu tivesse de esconder, então nem Deus ficaria sabendo. Só avisando. E são estas as diferenças entre a minha pessoa e muito marmanjo por aí que paga uma de “santinho”. Eu não preciso bancar o sonso. Se digo que amo, então é porque amo. Se digo uma verdade, então é porque estou sendo sincero. Ponto final. Esclarecido e consumado. Fim de papo.

17 de abril de 2012

Tarde de Terça-Feira.


A urgência é grande. Não me sinto encaixado. As coisas não andam fazendo sentido. Eu desejo dinheiro e poder, mas é só um tolo desejo, porque não é o que realmente quero. Não é a força que me move interiormente. Logo, descubro que ser bem sucedido não é o que eu verdadeiramente procuro. Ainda bem, porque assim não me torno mais um homem fútil e ganancioso. A verdade é que não ando fazendo as coisas com amor. Faço por fazer, porque tenho de fazer. Também não me vejo mais obrigado às antigas obrigações, agora a questão toda só se baseia no orgulho alheio. Algumas pessoas estão colocando uma fé demasiada em mim, e me vejo confuso: decepcionar ou não decepcionar? Devo seguir em frente para dar orgulho e cultivar minha insatisfação? Ou devo simplesmente existir, como bem desejo? Não tenho mais a mesma inspiração de antes para escrever. Onde foram parar as 150 páginas de ficção que eu costumava escrever, almejando um livro renomado estampando as prateleiras das livrarias? Esse Felipe morreu. Se não, está dormindo há bastante tempo. Em suma, a vida me tem sido isso, durante todas as manhãs que acordo e nas noites que durmo: um grande decepção. Não vejo um grande sentido em viver, porque as coisas estão se distanciando demais. Os sonhos estão ficando distantes e improváveis. Eu suspiro. Só me resta empurrar com a barriga.

15 de abril de 2012

Linda Tão Linda.


Lá se foi mais um dia, lá se foi mais um mês, lá se passou mais um final de semana. 30 dias de intenso Sol brilhante e urgente, incrivelmente inocente na sua grandeza, milimetricamente escondido entre seus segredos. Ali, naquele universo paralelo de perdição e atração, há uma mulher incrivelmente experiente, cheia de artimanhas e truques. Capaz de arrebatar corações com uma só piscadela; com o poder de esmagar esperanças e estragar noites de sono. Linda, perdidamente astuta, mas sábia e bondosa. Ela sabe domar, ela sabe medir os tratamentos: servos são servos, amigos são amigos. Ela beira o gume da faca mais afiada. Há o lado que te seduz e há o lado que te faz sorrir. Ela é diferente, extremamente alcançável, simpática e linda – sempre linda. Tão perto, tão distante. Tão amável, serena. Vai te habitar os sonhos. Vai te fazer se sentir ainda mais como um menino – uma singela criança trotando nas pedrinhas do desconcerto e da paixão. Ela é ventania, ela é tempestade. Acima de tudo, ela é a brisa aconchegante que te esquenta no Inverno; ela é o vento forte que te congela no verão. A balança da dúvida. Uma mulher, uma garota, uma menina. Vai te lembrar memórias próximas e ser comparada com a energia que move seu coração. Apenas comparada. Porque, longe, bem longe, há outra força que te move. Elas são parecidas pelo lado de fora, mas totalmente divergentes por dentro. Ela te faz lembrar alguém, mas não vai te arrebatar - isso é o que mais importa. Só que no final, bem no final, você ainda suspira diante de tal beleza. Ela dança diante de você, dança sozinha com longos cabelos esvoaçantes pelo norte do país. Antes aparentemente distante, agora totalmente palpável. Suspirando e sorrindo. Linda, tão linda.

12 de abril de 2012

Lado de Fora


O interior vale a pena? Não no meu caso. É assim que penso e é desta forma que morrerei pensando. Olho para mim todos os dias no espelho - aliás, expurguei todos os espelhos grandes perto de mim, agora só tenho um de rosto e olhe lá - e a imagem que vejo não me orgulha. Não me venham com esse papo de caráter e personalidade. Grande balela. Se eu não acredito, nem adianta me convencer. Sempre me achei uma porcaria desprezível e as pessoas continuam corroborando com tal pensamento. Afinal, para elas é fácil e engraçado falar do modo como sou. Uma das maiores frustrações da minha vida, se não a maior. Por outro lado, ainda me surpreendo com certas pessoas que insistem gostar de mim pelo que sou. Obrigado. Se não fossem vocês, eu já teria desistido há um tempinho. Mas, mesmo isso não muda as coisas, tampouco meu jeito de pensar. Sinceramente? Eu trocaria todo esse “talento” de escrever para ser diferente. Seria uma troca justa, para mim. Escrever não me leva a lugar algum, não passa de uma distração/qualidade improdutiva. Ainda não ganhei prêmios nem dinheiro. Talvez um amor, mas, novamente, recaímos na minha vergonha: meu perfil físico é ridículo e sou caçoado em função disso, e me diga quais atrativos isso vai prender as melhores pessoas a mim? Ou seja: eu seria uma vergonha até para aquela pessoa que amo, levando em consideração e me comparado aos outros pretendentes tão mais bonitos fisicamente por aí. Se eu sou uma pura vergonha e caso perdido para mim mesmo, o que vai me impedir de pensar que também sou para as outras pessoas? Viver assim tem me sido uma merda. Eu só estou levando isso com um sorriso extremamente falso no rosto. Não estou feliz comigo mesmo e isso não é de hoje. Mas, como já disse, eu só preciso acordar todos os dias e esconder minha decepção e meu ódio. Felicidade pra mim, de fato, jamais será alcançada. Eu sigo e finjo que está tudo bem.
Mentir tornou-se uma dádiva. 

11 de abril de 2012

Tinkerbell,


Querida Tinkerbell,
Eu sou louco, maluco-alucinado em você. Saiba que a amo desde sua primeira aparição com Peter Pan, onde eu tinha extremos ciúmes de vê-la perto dele. Sim! Eu te amo muito antes de você trocar de nome para Tinkerbell. Você faz meu coração bater desde quando se chamava Sininho. Nenhum outro homem na face da Terra te adora tanto quanto eu! u.u Nenhum outro vê seus filmes – “Uma Aventura no Mundo das Fadas”, “O Tesouro Perdido” e O Resgate da Fada” sei todos eles e tenho os DVDs! Seus olhos são lindos, as asas tão delicadas que me fazem suspirar, o vestido encantador e tem suas pernas... Ah, as pernas... Esteja ciente da minha admiração por você!


Ass. Felipe Santiago.


Fogo


Eu já não suporto. Olhar em seus olhos e me sentir queimar por dentro. Sustentar uma fotografia entre as mãos e morrer pouco a pouco, caindo em desejo, chorando em paixão. Cheguei no limite que um homem poderia chegar ou talvez no meu próprio limite. Já não há espaço para a razão, porque eu a perdi totalmente. Teus lábios, teu sorriso. E tudo o que me pergunto – continuo fazendo a mesma pergunta - é porquê eu ter de sofrer tanto. Não deveria ser assim, porque está errado. Como homem, como garoto, eu deveria não sentir esse tipo de coisa. Eu deveria não escrever textos, eu deveria ser indomável. Eu tinha de ser imbatível. Mas hoje eu disso nada sou. Estou fraco, sem forças e banhado em lágrimas - de saudades, desespero, agonia, ciúmes e amor. Eu peço que alguém me escute, peço que alguém me ampare. Peço que minha mãe repare em mim, porque eu não estou mais agüentando todas essas pontas soltas. Não estou mais agüentando viver assim. Preciso de um remédio que alivie meus problemas por não ter você ao meu lado. Preciso de uma cura para essa ferida no peito. Uma garrafa de uísque escondida na mochila, durante as madrugadas de Sábado. Um cigarro de maconha pela universidade, para afugentar as lembranças. Um tranqüilizante, um calmante. Uma pílula milagrosa que me amorteça por horas, deitando-me num sono profundo.
Mas então vem a pior parte: mesmo dopado, eu juro por Deus e aposto com todas as minhas forças que você vai estar lá.
Uma vez mais. Para habitar meus sonhos.

9 de abril de 2012

Fraco demais para crescer


Eu tenho um problema infernal: quando penso em alguma coisa ou me acho determinado, eu não consigo parar. Aí não há espaço para mais nada. Eu largo os estudos, eu abandono meu “futuro” promissor de oceanógrafo ou a temporada nos Estados Unidos com aquela tia que há anos mora lá. Eu não dou a mínima, e a razão é muito simples. Acho que sou infantil demais para me atrelar às promessas que eu mesmo faço; ainda não cresci e não me tornei adulto para priorizar certas coisas e saber o momento ideal de parar em outras. Eu me entrego de corpo e alma. Um objetivo, um sonho, um amor. E isso é péssimo. Não sei ser nem um pouco egoísta.
Se estou triste, vou me afogar na tristeza. Fodam-se as provas, fodam-se os atrasos. Fodam-se os seminários. Foda-se a saúde. Aliás, fisicamente estou muito bem. Mas espiritualmente... Vocês sempre sabem e são testemunhas disto: eu estou em cacos. Quebrado em mil pedaços por dentro, mas forte o suficiente para fingir que estou bem por fora. Ninguém precisa saber das minhas dores – e já disse isso aqui, uma vez. O problema, em suma, é que eu não consegui crescer. Ainda estou sonhando com um mundo que já passou, numa realidade que foi irreal, mas para mim ainda continua e continuará viva. Respirando com a força de cinqüenta touros; ardendo a toxina de quinze medusas. E o pior é que não consigo crescer, não tenho forças – embora vontade não falte. Não consigo me desprender dos hábitos bobos, como sentar de manhã ao lado da minha irmã e assistir desenhos; me viciar em Adventure Time ou qualquer outro cartum medíocre e hilário. Eu não consigo, porque não faz parte de mim. E além de todo esse entulho de porcarias e futilidades, eu não consigo desamarrar meu coração. É isso que me tem sido foda. Talvez eu realmente procure um psicólogo. Psiquiatra, quem sabe? Estou exalando medo e vou afastando quem deveria estar perto. Talvez eu tenha zombado de Deus e agora estou recebendo um alerta – não um castigo, mas um alerta.
O problema é todo esse. Não estou triste, não venho chorando nos últimos dias. Estou pirando na batatinha, escrevendo uma média de 5 textos por dia e não posto nem 2 no blog. A pasta no computador já passa dos duzentos textos, legal né? E a minha loucura... Ah, essa daí corrompe meus neurônios.
Ela sustenta minha alma.

5 de abril de 2012

Sem Tocar, Nem Citar.


De volta ao assunto. Você sabe como é. De volta ao clichê. Você sabe como é? E aí, você arrisca arriscar? Pular do precipício do seu ser, mergulhar num rio de dúvidas, respirar o oxigênio das certezas. De volta àquela auto estrada, serpenteado caminhos, furando cidades, atravessando estados. Pulsando no peito. Correndo pelas veias, ardendo os olhos à noite. Te abrindo um sorriso abobado. Sensação de complexidade, estar leve consigo mesmo. Feliz o tempo inteiro, gargalhando o tempo todo. Ouvir a mesma música zilhões de vezes, escrever textos – ou talvez não, porque não há necessidade, já que tudo está nos eixos. De volta àquele assunto de sempre, mas sem citar nomes ou fazer apologias. Deixe que os outros descubram, pouco importa. Mas deixe que o ser mais importante em questão tenha certeza. Se entregue, não tenha medo nem vergonha. Sem receios de dizer, sem receios de assumir a imagem de idiota. Sem receios de dar com a cabeça contra a parede, sangrar e chorar. Sem receios de sofrer. Sem receios de nada, nem de ninguém. Abdicar de Deus e o mundo, abdicar de você mesmo, sem alcançar o extremo da loucura. Fazer não por obrigação, mas por zelo e por dedicação. Sem citar, nem mencionar tais palavras. Entregar-se de mão beijada. Entregar-se num embrulho de presente singelo, mas significativo por dentro. Sem tocar, nem citar. Sem dizer. Amor.

4 de abril de 2012

Distração


Vá ler alguma coisa: abrace um livro como se fosse a última ação de sua vida; rabisque uma folha de papel, redija no Word ou simplesmente no bloco de notas. Dê uma volta pelas ruas; em um dia nublado quando a aula terminar mais cedo, pegue um ônibus demorado e dê um balão imenso pelo centro da cidade. Vá ao shopping, peça um suco de laranja ou um copo de 700ml de Coca Zero; sente-se no lugar mais escondido e pense na vida. Assista um filme sozinho e tenha a capacidade de se inspirar. Fique pela rua, dê um tempo para si mesmo. Disperse. Por um dia único, não seja de ninguém; por um dia único, sonhe todos os seus sonhos mais malucos e pervertidos. Deseje ser rico para ter um Impala 67; deseje voltar no tempo para viver melhor a vida que passou e, principalmente, não ter vacilado tanto com sua própria saúde. Mas, não mude tantas coisas dentro da sua imaginação. Não perca o fio da meada pelo simples desejo de mudar. Continue sendo você mesmo, com alguns costumes a acrescentar, mas sem nada a excluir. Repouse em sua cama na madrugada, horas a fio. Ligue o notebook às 3:30 da manhã para expulsar aquele texto que o assalta a mente. Fale sozinho, como você sempre fez; fale consigo mesmo como se fosse duas pessoas em uma só. Critique a si mesmo e seja narcisista, porque há algo grande demais dentro de você. Construa planos. Desista de seguir em frente. Levante-se e viva por viver. Volte atrás, porque mudar não é vergonhoso, é revigorante. Faça o que tiver de fazer. Entre desanimado na universidade na manhã de terça, torne-se introspectivo durante esse dia inteiro e imagine-se em outro curso – um mais compatível, talvez. Afaste tal linha de pensamentos e permaneça na vida real, onde não há amores, nem finais felizes. Permaneça num lugar onde os mocinhos morrem envenenados no fim, enquanto os vilões brindam no ápice da vitória. Pense, pense, pense e viaje. Vá longe, onde ninguém possa te alcançar. E no fim da semana, esteja ciente que todas essas tarefas não passaram de pura distração; lembre-se que você apenas fez tudo isto para ignorar a presença de algo bem mais latente aí dentro – na alma, no peito e na mente. Distraia sua existência, porque viver pensando naquela garota está te esgotando. É um amor verdadeiro, mas você não consegue lidar com o sentimento. Amar demasiada e ilimitadamente tem um preço: sua sanidade. Está te corroendo. Te deixando louco. Pouco a pouco, pedaço por pedaço. Você precisa escapar, mas não pode. Ela é sua razão para viver e para persistir, de uma forma ou de outra. É inevitável. Você a ama, isso não basta.

Homem Não Chora


Estou chorando. Nesse exato momento, pranteando um oceano de tristeza e solidão. Sim. Mas meu rosto não está molhado, meus olhos não estão vermelhos e não estou soluçando. Na verdade, eis aqui o meu pranto: minhas palavras. Ouvindo à música do Frejat, “Homem não Chora”, repensei o assunto e, não generalizando, percebi que é desonroso e fresco demais ver um homem chorar. Pode ser que eu já tenha chorado na vida ou não, posso estar mentindo sobre isso agora ou dizendo a verdade. Foda-se, tanto faz. A questão jamais será essa. Por outro lado, quando me refiro às lágrimas masculinas, falo especificamente ao sentimentalismo amoroso, ciumento ou coisas do tipo – blábláblá. Vocês, garotas, jamais assistiram um homem chorar em função de alguma decepção amorosa e essas merdas de sempre. Porque, no fundo, é fato: homem não chora. Não por uma imposição da sociedade, não por julgarmos coisa de mulherzinha. Frisando nisso, antes que me crucifiquem, não estou afirmando que, se um homem chorar, então ele deve ser rebaixado a um nada, homossexual ou fresco. Não. Mas, acaba sendo uma regra natural. Nós não choramos. Nós engolimos as lágrimas e expressamos de outra maneira. Nós iremos beber e fazer merda na noitada; ficaremos mais agressivos e estressados; inconstantes, irresponsáveis; usaremos drogas; diremos muita, muita, mas muita besteira sobre a vida e sobre as mulheres; escutaremos algumas músicas idiotas ao estilo “pagode mela cueca”. E, principalmente, daremos um basta em nossas próprias decepções e faremos o mesmo com a primeira garota que aparecer em nossa frente – uma atitude injusta, eu sei, mas é inevitável. E aí, minhas queridas, o que vai acontecer? Daremos importância somente aos nossos paus. Acho que é aí que o sexo se torna a coisa mais importante. Porque, no final, se apaixonar de verdade não terá o mesmo valor que foder uma vagina gostosa. É assim que nós, homens, choramos de verdade. Não existem lágrimas literais, nossos olhos jamais serão manchados por tal injúria. É assim, afinal de contas, que morrem os verdadeiros homens que as mulheres tanto “sonham”.
Todo mundo sabe que homem não chora.  

2 de abril de 2012

Aposta


Essa noite me pareceu um pouco mais perto, soando como uma brisa quente e mais densa. Exatamente como um sonho mais palpável. Essa manhã me pareceu extremamente simples, mostrando-me que a única e mais difícil barreira a ser superada sou eu mesmo. E, justamente por hoje ter me soado tão fácil, começo a pensar que mesmo eu já estou ficando menos complicado e mais ultrapassável. De repente, enxergo que posso conseguir, porque construí muito de mim nos últimos anos para alcançar tal prêmio. O êxito, antigamente tão distante e inalcançável, hoje me cumprimenta com um aperto de mão e uma chance de vitória. Nesta tarde, não me amparo nas esperanças nem nos sonhos, porque meu objetivo parece estar perto demais. Estou confiante demais para simplesmente aspirar diante das possibilidades. Não. Não existem possibilidades, há espaço apenas para a captura – uma simples questão de tempo. Só posso agradecer à incompatibilidade “aparente”, já que graças à ela eu não teria enxergado o quão grandioso sou para tal tarefa. Estou forte, imbatível, íntegro e destemido. Mais sensível que os caçadores de sempre e mais elevado também. Minhas armas não detém a beleza, tampouco os dotes físicos. Posso entrar pela brecha da forma mais sutil e doce possível. Posso adentrar pelo coração – ou pela alma.
Hoje eu sou um concorrente nato. Suficientemente capaz. Suficientemente zeloso.

1 de abril de 2012

Vidas Ávidas


Poderíamos beber na beira, elucidar os sábios, quebrar os bonzinhos. Poderíamos fumar dias e noites, ficar bêbados e usar todos os tipos de drogas. Estaríamos juntos, ainda assim. Sua breve existência, vazando por meus dedos, como sempre foi, sempre à beira de um precipício. Eu te salvaria ou me afogaria junto. Puxar papo. Só porque você tem um cigarro entre os dedos – unhas pintadas de vermelho, como uma princesa do mais exímio reino. Sentar ao seu lado, sentir a brisa, aspirar sobre a vida, sobre a natureza, os animais, a política humana... Aspirar sua fumaça, enquanto nossas bocas se unem. Viver uma vida desregrada em meio às seringas e ao pó. Ser felizes. Cagar, não literalmente, para todos os padrões. Ou, quem sabe, fazer coisas bem menos urgentes e extremas. Apenas uma ressaca aos sábados e más influências aos domingos. Um desgosto aos nossos pais. Bajulação. Que tal orgulho? Chegar da farra e levar tapas por você jurar que eu cheiro aos perfumes de outras mulheres, quando eu nada fiz além de beber e passar um tempo livre, sozinho. Espaço a mim mesmo. Analisar, cogitar, ponderar. Eu te salvaria dessa vida. Porque eu jamais farei todas essas coisas: não estão nos meus interesses e não me proporcionam atrativos – beber, ficar bêbado e fazer besteiras? Obrigado e desculpe, sou o cara errado pra isso. O cara errado para você. Cansar de arriscar minha vida pela sua, porque você não mais liga. Eu entraria nesse jogo apenas para ter a oportunidade futura de te puxar de volta, mas será em vão. Porque sou apenas uma vã existência na sua vida. Um sopro fraco e longínquo. Uma memória inexistente e derretida, escorregando por sua percepção. Um beijo e tudo se resolveria, um toque de verdade. Sem dúvidas, sem mais porra nenhuma. Mas são vidas ávidas. Nítidas. Traiçoeiras. E a minha... Bem, a minha fica muito longe disso – por uma questão essencialmente natural. É um modo de ser. Imutável. Transfigurável. Desprezível.   

Coração de Pafos


Ao contrário de Pigmalião, não abomino as mulheres – muito pelo contrário. Ao contrário dele, não tenho razões para fazê-lo ou grande acúmulo de frustrações amorosas – embora apenas uma seja capaz de causar imensos desastres. Nessa parte, não temos nada em comum, mas não é só de diferenças que somos feitos. Assim como Pigmalião, eu construí algo imaginário e literário que completa o conjunto de todos os meus desejos. Ela se chama Evangeline – Eva, para os mais íntimos (vide Cemetery Drive). E nesse universo imaginário e paralelo, eu me enxergo como seu companheiro. Inventar algo que existe somente em sua cabeça e apaixonar-se... Sabem o que é pior? Isso é quase doentio. É anormal se apaixonar por uma personagem literária. É errado, mas ao mesmo tempo, compreensível. Eva é a junção de tudo o que amo, e de fato ela é inspirada naquela mulher que, hoje em dia eu vejo, jamais poderei ter. Sim. A musa inspiradora é real, ela é de carne e osso e tem um nome. Ela tem uma casa, uma mãe, um irmão, amigos, tios, tias, endereço, rua, cidade e estado. E a parte mais importante e cruel: está longe, muito longe de mim. O único conforto que encontrei foi unir meu desejo de tê-la à inspiração de escrever.
Aliás, isso é o que alguns dos grandes poetas faziam, certo? Inspiravam-se em suas musas reais para consolidar um amor concreto dentro de suas poesias. Acho que é isso o que ando fazendo; é isso o que ando fazendo quando escuto Summertime e, por alguma razão até hoje desconhecida, lembro da “minha” musa. E nada mais justo foi tornar Eva um anjo. Forte. Indomável. Inalcançável. Dona de si mesma. Amada por si mesma. Feita para ela mesma. Sou indispensável para essa musa assim como Robert pode vir a ser para Eva – são apenas planos e, como uma história, posso dar um final feliz ao menos desta vez; ao menos na ficção. Por outro lado, não é culpa dela, tentem entender. Não é culpa de ninguém, já que o homem não pode domar seus sentimentos mais arrebatadores. Assim como Pigmalião amava demasiadamente sua obra de arte, eu amo minha criação literária, porém, tal sentimento não supera aquilo que sinto pela garota real que vive e respira em nosso mundo real.
Antes de mais nada, entendam: a própria deusa Afrodite pode vir a conceder meu desejo de transformar Eva em alguém de verdade, retirando-a das linhas e textos da minha cabeça para a formação de carne, osso, dentes, olhos, pele e coração. Afrodite pode vir a ser imensamente bondosa comigo a este ponto, tal como na mitologia foi para Pigmalião. Mas... Mas, aí... Érr, a Eva é feita de palavras e imaginação, enquanto minha musa... Eu já ouvi a voz dela pelo celular; já vi seu rosto alvo escondido por um mecha de cabelo; eu já chorei – choro – por ela; sinto meu coração amolecer à simples menção de seu nome ou à contemplação de seus lábios. Por isso é diferente. Não quero que nenhum Deus cristão ou deusa Greco-romana venha a materializar uma obra de literatura, porque a própria realidade que existe é palpável e infinitas vezes mais perfeita.
Minha musa. Uma garota de 18 anos. Desculpa por escrever isso, desculpa por te assustar com essa minha aparente obsessão. Preciso cuspir essa agonia sentimental; preciso desabafar meus pensamentos. Foda-se se você vier a me desprezar; foda-se se você quiser viver sua vida – o que eu acho mais do que certo, não prenda-se aos compromissos e viva intensamente, você é jovem demais para gastar seu tempo com idiotas like me; foda-se se você se apaixonar por um cara mais interessante que possa aplacar suas necessidades de espírito; foda-se tudo. Você é melhor que um anjo. Você é melhor que qualquer outra garota. Você é melhor do que eu, melhor do que tudo.
 Você é a melhor parte de mim. E por aí vai...


*(Pigmalião é um personagem da mitologia greco-romana. Pafos vem a ser seu filho e, também, o nome de sua respectiva cidade consagrada à deusa Vênus).