Ela me perguntou o porquê, fiquei sem resposta. Já havia
oferecido meus argumentos por completo, e como todos os outros – e todas as
outras, sobretudo -, julgou-me um bobalhão com um sério problema de baixa auto estima.
Porém não saiu do meu lado. Continuou com as perguntas, sobre minhas faltas,
minhas ausências, meus sumiços. Aí
estava uma coisa da qual eu nunca fugia e também nunca mudava: os sumiços. Que
sintam minha falta, ótimo, mas que extraiam disso a maior lição de todas ao
aprenderem viver sem mim. Sei que é fácil. Aliás, sei que será extremamente fácil
para vocês quando um digno ou indigno rapaz lhes aparecer, jogar o jogo da
conquista e lhes pedir em namoro – coisa que
nunca faço, nunca vou além... saibam: nunca irei. Quando seus corações
estiverem sendo invadidos por novos cavaleiros, e seus status de Facebook se
modificando para “em relacionamento sério
com O Rapaz Promissor que Me Trouxe Flores no Dia da Conquista e Me Disse
Palavras Bonitinhas”, esquecerão de mim. O por quê? Simples: eu fui apenas um
amor de internet, apenas o garoto fofinho daquele blog, que é amável, porém
odeia a si mesmo – e tem mil razões para tal. Não, antes que deduzam que
escrevo este texto com revolta, estão enganadas.
Sinto-me feliz quando cada uma encontra um novo rapaz e se apaixona, mergulhando
em um relacionamento de verdade, sólido,
concreto, vivo, com beijos de verdade e acolhimentos de verdade. Fico feliz por
vocês, porque só assim parecem esquecer minha infeliz sombra que outrora tanto
as atormentou. Falo no plural, porque refiro-me aqui não somente ao meu amor, mas também àquelas meninas que
tanto se encantaram por mim, mas que apenas receberam respostas evasivas e
adiamentos de encontros. Falo para todas, embora tenham sido poucas, creio eu. É
bom que conheçam o verdadeiro envolvimento de uma relação e esqueçam a minha
pessoa, eu não valho a pena, digo
isso sempre no início – antes, durante e depois. Aviso dado. E mesmo assim, não
me impede de sentir a culpa. Até que então surge um rapaz de verdade e as leva
para longe para respirar novas brisas, novas experiências. Como volta e meia
vos digo neste blog, nunca estiveram de fato apaixonadas por mim, mas sim por quem pensam que sou; estão – neste atual
caso, estiveram – apaixonadas pelas
minhas palavras, pelos bons e certinhos textos, pela infame arte de denegrir a
mim mesmo.
Então aqui está sua resposta. Faltarei
aos encontros, adiarei uma visita. Porque a quero longe de mim. Quero que se
mantenha distante para encontrar algo melhor e mais vívido. Não valho a pena,
nunca valerei, porque para meu custo ser elevado a alguém, ele terá de ser
elevado primeiramente a mim, e isso é pouco provável de acontecer. Portanto, não
questione, minha linda. Teremos uma
aventura de uma noite, a aventura de uma semana, serei inteiramente seu, mas
recuarei. Não por medo de me relacionar, mas por simplesmente ser impróprio e
inútil para isso. Encontre na minha falta um alguém melhor que pouco a pouco a
fará esquecer de mim.
É isso o que importa, e seja feliz.
Sejam todas igualmente felizes.