3 de agosto de 2013

Instituição falida



Aprendi com a instituição falida que confiar não é preciso; aprendi que o inimigo mora ao lado, ele dorme logo ali. Não que ele te engane, mas não é confiável, porque tem os aliados errados. Aprendi que é desprovido de escrúpulos e repleto de venenos. Aprendi com essa instituição falida que não deve-se dar o benefício da confiança nem da amizade ou dos privilégios de anos de convivência, porque planos serão tramados por suas costas e chacotas serão feitas ao seu respeito. Dê ouro de bom grado, e receba a mais imunda e ignorante bílis como agradecimento. Veja o caos eclodir, presencie um belo espetáculo feio a partir de drama e máscaras. Ofereça um favor ao verme, torne-o fraternal e verá uma cobra nascer, alimentar-se com sorrisinhos irônicos e deboches escondidos, feche os olhos para a víbora enquanto ela cresce enrolada em seu corpo, omita, omita, omita... Então assista ao grande espetáculo. Ela te abocanha. Te envenena. Você não faz nada, deixa passar. E o veneno te faz cair. É aqui que a instituição fica falida. É aqui que o momento que digo “eu avisei, seus panacas que tanto amo”.
Venho avisando. O relógio corre. A ampulheta se esgota. Mas o veneno corrói. Ele age, ele cega.
Cega, e cega.


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