19 de fevereiro de 2012

Perdeu a graça


Acabou totalmente. Eu perdi a graça. Não sou mais incrível, bobo, admirável ou foda. Aliás, eu nunca fui. Essas coisas se perderam com o tempo, o que é natural, a julgar pelo sequenciamento da vida. As coisas vão e voltam, vem e se perdem. Normal, inteiramente. Parei de escrever coisas legais, principalmente depois que criei o blog. Acreditem, o que eu escrevia antes disso aqui era tão... Magnífico, mesmo diante dos meus olhos encharcados de autocrítica. Enfim. Perdeu-se aos poucos, quem eu era, quem eu fui ou quem nunca cheguei a ser. Sei disso. Só porque escrevo “bem” a ponto de tirar uma boa pontuação em qualquer redação da vida, não significa que devo me considerar aprendiz de Shakespeare ou Stephen King. Sou crápula, um lixo normal, desses que caminham diariamente pelas ruas e desempenham suas devidas funções importantes para o funcionamento do sistema. Ordem e Progresso, como diria Benjamin Constant. Inútil, mas não um qualquer. Minha família ainda me ama, não é? E além disso, ainda tenho umas metas a cumprir, embora – também - tenham perdido a graça e não sejam tão importantes a ponto de modificar ou deixar marcas na vida de alguém. Um garoto como todos os outros, mas, é claro, com uma tendência um pouco mais acentuada à negatividade.

Um comentário:

  1. Pra mim, você é incrivelmente bondoso, um completo amigo bobo e admiravelmente talentoso. Pra mim, você nunca vai perder a graça (:

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