27 de março de 2012

Chuva da tarde


Tenta-se alcançar a glória. Ser eterno pelos rabiscos feitos na última folha do caderno, bem como através daquele poema perdido entre as matérias de cálculo e química. Vá lá, pegue e abra. Você encontra loucuras da alma, desejos do coração. Há quem diga que isso é frescura, há quem duvide de sua virilidade. Mas, esses serão sempre os fracos que de nada entendem, pois jamais perceberão a verdade cravada nas entrelinhas. O que importa, de verdade, são aqueles poucos indivíduos que, mesmo não entendendo a essência e o verdadeiro significado, conseguem se esforçar para fazê-lo. São pessoas admiráveis que darão valor às palavras, porque antes de mais nada, elas admiram seu ofício. E moldar letras e frases está ao alcance de qualquer um, mas levar adiante tal hobbie como um prazer da vida? Isso sim, é difícil. Ninguém, outra vez, entenderá o porquê de suas escolhas. Ninguém vai entender porque uma noite de sexta-feira chuvosa, é tão mais valorizada dentro de um quarto cheirando à cafeína. Poucos vão notar o valor da chuva das três e meia da tarde. Ninguém vai perceber o significado desconexo de amar confrontando a opção de ser extremamente jovem diante de uma vida inteira de curtição e drogas – e isso muito me atrai, vale frisar. Somente você sabe o valor de todas essas pequenas coisas, misturadas ao tempero da solidão e cozinhadas nos 40º graus do desejo. Falta uma pessoa do seu lado. Não é qualquer uma. É ela.

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