Foram dadas o bastante. Semeadas por
caminhos ligeiros, jovens desperdícios. Agora que o vento levou, perspectivas e
sonhos, não é como se houvessem mais esperanças. Não há ausência, mas ainda há
uma lágrima que bate à porta, recusada a entrar, barrada por um porteiro de véu
negro, ela gira sobre os pés e vai embora. Talvez ela apenas caia em um poço
que nem mais se enxerga o fundo, para uma lembrança de memórias inválidas e vãs.
Guardadas na gaveta. Demonstrações,
estas rechearam o cálice do prazer, transformando vinho em azeite, água em bílis.
Aspirações em merdas, crescentes num submundo nostálgico, onde um mês amarelo e
ameno nada mais se vestiu de ilusão. Pura
mentira. Acumulada uma atrás da outra, caindo, se renovando, tendo
esperanças e caindo à face outra vez, revelando a falsa realidade. Demonstrações
que retorceram o peito, esmagaram futuros. Dois
futuros. Nada mais restou agora. É sempre assim, mas desta vez – e o
pequeno Deus há de testemunhar – não parece existir retornos. Se nasce um monstro,
é fruto de demonstrações. Sem escrúpulos ou pudor, usando o membro crescente à
cada esquina, adentrando cada buraco feminino, vaginas, gozos e suspiros. Não
restou delicadeza, sem bondade; apenas o filho de tantas demonstrações que
jamais sequer se importaram antes de existir.
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