Outra vez desbravo estas palavras,
caminho através destas repetidas oscilações imaginárias. Outras venho aqui, de
novo e de novo. Tuas costas, mas não tuas, e sim as de outra, que sempre serão
costas, onde quer que eu vá, onde quer que eu deite, sente, durma ou beije. Beije. Beijo. Beijar. Agora me perco
nestes devaneios, sentada na cama: talvez a tua, talvez a minha, talvez
aleatória, talvez nenhuma, ou nos meus sonhos – é, provavelmente isso. Mas
ainda são costas, as tuas, em específico. Na cama, sentada e nua, com meus
lábios se aventurando por esta esbelta e frágil pele, com imperfeitas
perfeições. Então eu beijo, numa acalorada manhã ou amena tarde, beijo tuas
costas com imenso apreço, quase numa paixão adolescente – boba e ingênua -,
quase uma derradeira obsessão. Quase.
Não é paixão, longe disso! É puramente atração, admiração, vislumbre e devoção.
Costas lindas, límpidas entre as falhas, lisas, claras. Lindas, onde me perco
no desejo, me perco e me perco. Tuas costas.
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