...e ele não chorou.
Queria. Precisa. Não conseguia.
Talvez pelo machismo que um dia foi
colocado na sua cabeça, mas que há muito já não existe. Não foi a primeira vez
e creio que não será a última. Não existe perfeição, alguma hora, tudo tem que
desandar pra se reestruturar.
Ele observou o ônibus, decidiu ir à
pé pra casa, na esperança de uma reviravolta trágica na sua noite infeliz.
Quase foi atropelado três vezes. Quase foi confundido com um marginal qualquer
por um carro cheio de policiais ávidos para descontar suas frustrações
salariais e cotidianas no primeiro moleque que vissem. Quase. Talvez os óculos
o tenham salvado. Nunca vi um ‘zé ninguém’ sendo preso ou abordado usando
óculos. Posso estar errado.
Ele só queria não sentir. Não
conseguiu, foi dormir. Acordo muito cedo, mas saiu da cama muito tarde. Chega
uma mensagem: bom dia, amor.
Um sorriso. Porque mesmo ele estava
assim?
Já não fazia diferença.
(T.S.
Banha)
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