Neste exato momento, eu estou rindo
enquanto choro, porque finalmente consegui escrever de novo. Não, não faz sentido. Eu sei. Só estou.
Percebi que a vida é muito além daquilo que planejamos. O contexto que me fez pensar
sobre isso não é relevante pra quem lê, porque talvez não entendam, mas
significa muito pra mim. Um filme. Ruby Sparks. Eu me vi na obrigação literária
de escrever algo, assim como tinha a obrigação marcial, de repetir os
movimentos depois de ver Karate Kid- o verdadeiro. Ainda hoje faço isso. Me faz
não esquecer o quanto é bom ser criança. Tudo isso me fez perceber que eu tinha
um mundo inteiro a meu dispor mas que deixei de lado por ela. Assim como percebo
que esse mundo ainda está ai, mas que sem ela não tem tido muito sentido. Uma
hora eu vou ser capaz de desfrutar. Fiz planos. Eu não crio expectativas, eu só
tenho esperanças. Posso viver com frustrações – que não são poucas – mas não
sem um motivo. Hoje, eu só preciso definir exatamente qual é esse. Já tenho
ideia das coisas que quero fazer, dos lugares que quero conhecer, dos objetivos
maduros e idiotas que eu tenho. Estou pondo em prática, aos poucos. Eu queria
que tudo tivesse sido diferente. 40 anos de planos já tinham sido traçados. Ela
sabe. Ela não imaginava um dia cogitar isso. Mas cogitou. Só que as coisas não
saíram como planejei(amos). Como sempre, paciência. Muita. Eu ainda sinto falta
dela. Se ela sente de mim? Espero que não, eu sei o quanto é ruim. Mas aprendi
com Benito que temos que sorrir, mesmo que o peito esteja cheio de mágoas e que
não temos controle sobre o curso natural da vida. Sei que a arte imita a vida,
mimese, mas quem sabe, um dia, como pra Slim, a minha vida possa imitar a arte
e, assim, eu possa reencontrar minha Ruby. Talvez não como no filme, com uma
nova história de amor. Só o sorriso dela já é mais do que suficiente.
(T.
S. Banha)
I know that feel, bro
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