Fiz dois personagens aqui passarem
por isso, na época, no entanto, eu nem fazia ideia de como é na vida real.
Ver aquele sangue inteiro jorrando da
minha cara foi angustiante, não a ponto de acelerar meu coração – eu fico
tranquilo, sou frio demais nessas situações, acho que puxei à minha mãe. Mas a
ideia que me correu, durante todo o momento, foi: “merda, vou ficar deformado,
caralho!”. Minhas mãos em vermelho escarlate e o gosto metálico já inundando
minhas papilas gustativas. Sinceramente, eu sempre odiei o gosto de sangue,
sempre que cortava o dedo nunca levava à boca para sugar como pessoas comuns
fazem, e sim corria para a primeira torneira ou limpava num pedaço de pano. Sangue
pra mim é normal, sou indiferente quanto a isso, mas... É, a porra do nariz estava
sangrando, a dor latejando e subindo em direção à testa, e eu ali: ainda mais
fracassado que o normal, esparramado no chão e ouvindo a gritaria à minha
volta. O pior era a deformação, o meu rosto – já não sou muito bonito – inchado
com uma bolota roxa bem no meio. Ninguém me deixou levantar, embora eu não
conseguisse. Eu teria feito algo se a tontura não me impedisse, assim como os
braços dos amigos ao lado. Não instaurou-se uma confusão, mas alguém – não citarei
nomes, o incidente foi contido e, tão particular, que só estão sabendo agora - fez
questão de retribuir o presente que me foi dado. Foi foda. Fiquei roxo. Na realidade,
meu rosto era uma roxidão com pequenas áreas brancas. É, foi foda. Soco no
nariz. A sensação é boa, no fim foi legal. Ou não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário