Certo dia, me perguntei por que
escrevia. Não consigo lembrar exatamente quantas respostas diferentes eu
alcancei. Quando não falavam de sentimentos que eu tenho total certeza que não
tinha dentro de mim, elas lembravam de autores que me influenciavam. Drummond,
Pessoa, Neruda. Na maioria eram poesias, genéricas, que qualquer garota se
sentiria lisonjeada em receber. Não pelo conteúdo, que diziam ser “perfeito”,
mas só pelo fato de receberem. Acho que escrevia para tentar enganar mais
alguém além de mim. Hoje eu posso afirmar que escrevo por um motivo de verdade,
por mais que o motivo não entenda isso do mesmo modo que eu. Eu sei que ainda
tenho muito que lapidar desse dom - ou maldição. Muito mesmo. Crônicas servem
pra que me expresse, criticamente, sobre mim mesmo e sobre o que realmente
sinto e vivo. Poesia tem hoje também essa função, mas só pras coisas boas.
Enquanto eu permaneço nessa infindável briga literária, vou botando no papel a
poesia e no computador a crônica, dividindo humildemente minhas inseguranças
com quem lê o NIT. Não buscando fãs ou leitores assíduos, mas alguém que se
identifique sinceramente com o que escrevo, e veja materializado em algumas
dezenas de palavras, aquilo que sempre quis falar, mas que, independente do
motivo, ainda não foi capaz de verbalizar. Ainda.
T.S. Banha
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