8 de fevereiro de 2019

Ana, Maria e Miranda






Dipsomaníaco e peripatético
anacreonte,
fruncho.

Cicatrizes despudoradas,
cicatrizes.
Lúteos.

Estropiados passos,
surtos delgados.
Dipsomaníaco – de novo.

Poço.
Pandulho.
Reentrâncias do redente,

ambíveos bifurcados cravam os
dentes, as ancas de
Lacoonte.

Anas,
Marias,
Mirandas e só uma a diástole.

Kilômetros com k – dois kilomêtros –,
sístole em ordem perdida
e aleatória ordem.

Sumarentos.
Batutas.
Chamariscos de raias.

Nylon e vime,
zarcão e coração,
sílabas átona e tônica – um iambo perdido.

Ana em um corredor, na rua, uma estação.
Maria ao lado da câmera, escritora, artista plástica.
Os braços para trás, Miranda, com dedos na mão.

Celebrando o Outro nas mãos, ensina-me
palavras de “urubu perdido e triste
negro plátano ruflando no ar”

em “grandes asas sombrosas para o sábado”.
Foi num sábado à noite?
Foi, foi num sábado à noite.  

Asfixia. Injeções nos
maxilares de marantz que talvez
possa substituir o cigarro que por sua vez

não substituiu um sábado à noite
nem talvez possa –
and per se and.

Traga rosas na celebração do outro
e por fim os icônicos versos em que
Ele disse: não me mate agora

porque não morrerei inteiramente.


(Felipe Santiago)



Nenhum comentário:

Postar um comentário