15 de outubro de 2012

Sorte




Coisas assim nunca vão acontecer com você - e quem fala aqui é o lado mais sujo e interesseiro da minha pessoa. Talvez você sinta uma inveja saudável, aquela que não é corrosiva ou danosa às outras pessoas, mas que é extremamente venenosa à sua própria alma. Ela vai te consumir, pouco a pouco, por longos anos. Aliás, bastam meses. O tempo é relativo, e para quem sofre os preconceitos do mundo, um dia de pensamentos pode equivaler à metade de um ano inteiro. É sempre assim. As coisas não darão certo, não que você seja desprovido de amor de família ou vida econômica e social estável, mas existem coisas que mesmo as posses e os parentes não podem sanar. Coisas que você deseja, no entanto, jamais te acontecerão. Suas ambições não serão concluídas e tudo o mais vai dar errado, mergulhando num aquário particular sem fundo e sem peixes coloridos; sem decorações, muito menos aquela “paz de espírito” que tal ornamento promete te passar. Não há sorte, porque eu nunca acreditei em sorte. Ou é acaso, glorificado pelas pessoas sonhadoras e imbecis, ou simplesmente é a porra de um destino maior, tecido por uma existência que tudo sabe e nada se importa. E antes que digam, este não é um texto pessimista, mas sim realista. A realidade dos fatos que paira na minha cabeça e esmaga a porra de um coração cheio de desesperanças e dúvidas. Porque no fim, não acredito que coisas boas – aquelas que eu almejo, numa esperança humilde e inocente – irão me acontecer. E é por isso que às vezes penso merda, é por isso que às vezes tento assumir outra imagem para o mundo. É por isso que, de vez em quando, penso em desistir de tudo (não no sentido literal ou suicida). A vida não é tão boa quanto os “maconheiros” e gente sussa anda dizendo por aí. Não, não. Pelo menos, não pra mim.

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