Meu norte é aqui. Não faz frio, não é
composto por moças de peles alvas e cabelos vermelhos, mas é tão lindo quanto. As
brisas não são gélidas, o ar não te escapa os lábios em lufadas densas, mas meu
norte é aqui. As mulheres são distintas, meigas e extremamente tímidas em sua
desenvoltura, quem sabe até salientes em sua timidez. Aqui não chove neve, mas
chovem mangas, o que é praticamente tão perigoso quanto. Aqui faz calor, muito,
muito calor, e quando não faz, chove um dilúvio que até Noé sentir-se-ia grato.
Meu norte é aqui. Dos cabelos longos,
lisos, espessos ou curtos, negros, loiros, cacheados, morenos. O que me faz lembrar, inevitavelmente, do dueto entre
Dylan e Cash. Não há como não lembrar, não há como esquecer, não há como apagar
da imaginação uma esguia garota, com cabelos esvoaçantes nos agudos do bom e velho
Bob, e a pele clara e olhos escuros no grave de Johnny. Por isso meu norte é aqui. Onde não neva, onde não faz frio, onde não
desce neve, tampouco correm lobos e onde, porém, corre o calor de uma linda
moça ao galgar de seu coração, a melodia da voz aos meus ouvidos e sua silhueta
no Sol de um úmido fim de tarde. Aqui tem calor, aqui tem suor, tem memória,
tem amor. Aqui ela anda, com cabelos
soltos, com livres passos e libertas palavras, viva alma e desejo de viver. É
onde ela pisa, é onde ela mora, é onde eu a amo. Por isso meu norte é aqui. Sempre será.
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