Aprendi com a instituição falida que
confiar não é preciso; aprendi que o inimigo mora ao lado, ele dorme logo ali. Não
que ele te engane, mas não é confiável, porque tem os aliados errados. Aprendi
que é desprovido de escrúpulos e repleto de venenos. Aprendi com essa instituição
falida que não deve-se dar o benefício da confiança nem da amizade ou dos
privilégios de anos de convivência, porque planos serão tramados por suas
costas e chacotas serão feitas ao seu respeito. Dê ouro de bom grado, e receba a mais imunda e ignorante bílis como
agradecimento. Veja o caos eclodir, presencie um belo espetáculo feio a
partir de drama e máscaras. Ofereça
um favor ao verme, torne-o fraternal e verá uma cobra nascer, alimentar-se com
sorrisinhos irônicos e deboches escondidos, feche os olhos para a víbora
enquanto ela cresce enrolada em seu corpo, omita, omita, omita... Então assista
ao grande espetáculo. Ela te abocanha. Te
envenena. Você não faz nada, deixa passar. E o veneno te faz cair. É aqui
que a instituição fica falida. É aqui que o momento que digo “eu avisei, seus
panacas que tanto amo”.
Venho avisando. O relógio corre. A
ampulheta se esgota. Mas o veneno corrói. Ele age, ele cega.
Cega, e cega.
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