Esse é mais um amontado de palavras
com um título que pouco condiz, sabe? Aqueles textos com títulos inusitados que
te levam a crer em uma coisa, mas que contam outra totalmente diferente? Pois
é. E aqui vamos nós: porque estas palavras não são sobre uma xícara de café,
não são sobre o aroma da cafeína ondulando pela cozinha e tomando conta da
casa, não são sobre esmagar o sono com trabalhos intensos e leituras
obrigatórias tediosas. Não, meu amor.
Estas palavras são puramente metalinguísticas, porque elas são sobre você e sobre o meu fracasso. Não são ladainhas melódicas ou melodramáticas, são a
respeito do quanto eu paro para pensar e vejo o quanto fracassei com você, com
nós. Foi aqui que uma simples xícara de café me trouxe, neste momento de
contemplação silenciosa, em meio aos estalos da geladeira e nenhum ruído lá
fora. Estas palavras são a respeito da minha incapacidade nata de decepcionar
multidões e a mim mesmo, são a respeito de enxergar que sonhos são apenas
sonhos, que de vez em quando – raramente – tornam-se frutos, mas que ainda
assim são sonhos, sobretudo os meus, dos quais você pertencia, dos quais você o
era. Estas palavras fazem minhas conclusões pessimistas tomarem um só rumo: eu
não fui feito para isso, meu amor, não fui feito para construir nosso futuro,
nem quando eu costumava ser otimista, nem hoje quando costumo ser... Indiferente. A empolgação morreu, as
perspectivas sanaram, e ainda assim eu continuo falhando e fracassando, em cada
decisão, em cada meta realizada, em cada coisinha boba que penso “agora vai”,
mas nunca realmente vai a algum lugar, nunca termina, nunca de fato se consuma.
É por isso que eu não daria certo com você, é por isso que esta xícara de café
na madrugada me trouxe aqui: talvez tenha sido bom como tudo acabou sendo, eu
cagando em nossas vidas antes que a cagada se tornasse uma diarreia sentimental
e romântica. Viu? Sorte a sua. Sorte a sua eu ser bom em uma única coisa, que é
falhar.
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