22 de julho de 2014

A lei da praia



Esta lógica pra sempre me escapará, porque a mim ela nunca pertenceu. Talvez as consequências de uma vida inútil e complexada estejam se refletindo frequentemente, de novo e de novo, num looping infinito que no mês sete volta a atingir seu periélio na variável da velocidade. São biquínis espetaculares, realçando pares de peitos magníficos ou nem tão magníficos assim – é puramente a questão do gosto -, como também as nádegas protuberantes e bem delineadas. “O que é belo há de ser mostrado”, essa será a máxima mais pura e verídica que existirá até os confins do universo em meio ao fim dos tempos. E não falo aqui somente do lado feminino, e sim da parte máscula da coisa. Aliás, talvez seja este o ponto onde quero realmente chegar: é engraçado, em alguns casos, como um corpo te dá a impressão de estourar a qualquer pressão de um palito de dentes. Eu posso espetar aquele braço bonito e tatuado, posso espetar aquele peitoral exibido com tanta superioridade. 
BOOM! 
E lá se vão seus músculos estilo saco de Ruffles regados a anabolizantes.
Entendam: se isso vier a ser uma crítica em forma prosaica, então não é direcionada àqueles que cuidam saudavelmente do corpo, mas àqueles que injetam artifícios ligeiros para a boa forma instantânea, entendem? E o quão belos – ou não – eles ficam ao caminharem por areias e praças, com camisetas coladas para despertar o brilho nos olhos do sexo oposto – ou do mesmo sexo, ora, é um mundo livre! O fato é que eu nunca vou entender e sempre serei avesso ao pífio desfile, à patética exibição de nariz erguido e à irritante superioridade estampada no queixo, no nariz, na carteira, na long neck, na camiseta polo, no fio dental ou na gostosa ao lado. Sempre serei avesso por uma questão simples, básica e até genética: eu nunca serei assim, nunca terei o que eles tanto possuem e nunca esbanjarei o que eles tanto esbanjam. É uma profunda questão de inveja, creio eu - nas entrelinhas sou em demasiado modesto e mentiroso, pois no fundo, pela pura lógica, a questão é na realidade a do bom senso. Uma inveja bem sorrateira, escondida com críticas e chacotas, tão envergonhada da futilidade e inexpressividade de si mesma que prefere criar desculpas sobre “a inteligência supera qualquer padrão de beleza”. Ah, mas que mentira absurda com máscara de “sábia colocação” usada apenas pelos perdedores e seus admiradores. Puta papo furado.
Que os invejosos fadados ao fracasso da minha laia continuem criticando.
Beleza é importante, sim – a lei da praia prova isso melhor do que ninguém.



Nenhum comentário:

Postar um comentário