17 de julho de 2014

Misantropia



Mais uma vez o mundo me incomoda com seus falsos sorrisos, protocolos sociais e uma tentativa sempre enfadonha de inclinar-se à esperança e ao “final feliz”. O mundo é lindo, o mundo é belo, mas o que me emputece mesmo é essa presença passageira, regrada por noites de tédio e tentativas mesquinhas de agradar aquilo que não quer ser agradado. Nem conquistado. Muito menos amado. Onde exatamente eles não entendem? Onde exatamente existe a paciência que me escapa enquanto vivem suas empolgações fúteis e risadas tolas? Onde vive a paz quando o som de seus vozes ecoa nos meus ouvidos, sempre num vai e vem caótico repleto de inocência e aplicações forçadas de seus malditos esforços, hum? Isso cansa. Pelo menos, é claro, neste vão espaço entregue semanalmente à misantropia que, no fundo, eu verdadeiramente odeio. O mundo é ordinário, sujo e imundo, mas as pessoas são bonitas, algumas delas embelezam esse lamaçal com habilidades fantásticas e encantadoras - eis a verdade, mas a misantropia vem e estraga tudo, distorce minha visão de mundo e assassina a facadas minha já frágil paciência. E aí eu não quero atenção, eu não quero carinho, eu não quero afeto, porra, eu não quero amores, eu não quero ser amado. É tão difícil assim entender?
Tudo o que quero é ser esquecido, abandonado e pilhado feito um lixo judeu em época de holocausto – ou só durante as férias mesmo.
Vai funcionar.


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