3 de janeiro de 2011

Querida Lucy...


 ­ ­ ­ ­ Há quem diga que o tempo seja capaz de curar feridas ditas "incuráveis". Há quem diga que isso de fato é real. Há quem diga que apenas não passa de mais um errôneo ensinamento. Há quem diga, no entanto, que o tempo talvez não esteja presente em nossas vidas como catalisador de um esquecimento ou prorrogador de sofrimentos. E as pessoas que dizem isso, ao meu ver, têm nas mãos a grande e brilhante chance de enxergar a verdade diante delas: talvez o tempo não exista e somente seja algo que nós homens inventamos para conceituar algo que está muito além de nossas inexperientes mentes. Porque o tempo, sim, algo tão abstrato e inabalável, na opinião dessas pessoas, em nada influencia nas dores ou libertações. Já que na realidade, para essas pessoas, tais responsabilidades deveriam ser atribuídas ao grande e glorioso Destino, que nos impõe o fardo de sofrer ou esquecer; encontrar novos horizontes ou, ainda mesmo, novas paixões. O “tempo” apenas passa, acometendo vidas e presenteando-nos com outras mais. Ele passa, e através desta estrada, é o Destino quem nos dá o veredito final: Permanecer com estas feridas, ou prosseguir com uma nova perspectiva.
­ ­ ­ ­ E então, meu antigo amor, diante de sua ainda esbelta imagem, a digo: Estou prosseguindo. Com um novo coração, com meu novo e seguro amor. Livre de feridas e desprovido das últimas lágrimas... Eu estou seguindo.


(Felipe Santiago)

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