10 de dezembro de 2012

Ruby



Neste exato momento, eu estou rindo enquanto choro, porque finalmente consegui escrever de novo.  Não, não faz sentido. Eu sei. Só estou. Percebi que a vida é muito além daquilo que planejamos. O contexto que me fez pensar sobre isso não é relevante pra quem lê, porque talvez não entendam, mas significa muito pra mim. Um filme. Ruby Sparks. Eu me vi na obrigação literária de escrever algo, assim como tinha a obrigação marcial, de repetir os movimentos depois de ver Karate Kid- o verdadeiro. Ainda hoje faço isso. Me faz não esquecer o quanto é bom ser criança. Tudo isso me fez perceber que eu tinha um mundo inteiro a meu dispor mas que deixei de lado por ela. Assim como percebo que esse mundo ainda está ai, mas que sem ela não tem tido muito sentido. Uma hora eu vou ser capaz de desfrutar. Fiz planos. Eu não crio expectativas, eu só tenho esperanças. Posso viver com frustrações – que não são poucas – mas não sem um motivo. Hoje, eu só preciso definir exatamente qual é esse. Já tenho ideia das coisas que quero fazer, dos lugares que quero conhecer, dos objetivos maduros e idiotas que eu tenho. Estou pondo em prática, aos poucos. Eu queria que tudo tivesse sido diferente. 40 anos de planos já tinham sido traçados. Ela sabe. Ela não imaginava um dia cogitar isso. Mas cogitou. Só que as coisas não saíram como planejei(amos). Como sempre, paciência. Muita. Eu ainda sinto falta dela. Se ela sente de mim? Espero que não, eu sei o quanto é ruim. Mas aprendi com Benito que temos que sorrir, mesmo que o peito esteja cheio de mágoas e que não temos controle sobre o curso natural da vida. Sei que a arte imita a vida, mimese, mas quem sabe, um dia, como pra Slim, a minha vida possa imitar a arte e, assim, eu possa reencontrar minha Ruby. Talvez não como no filme, com uma nova história de amor. Só o sorriso dela já é mais do que suficiente.

(T. S. Banha)

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