24 de agosto de 2013

Hobbie



Faço isso pela paixão, não pelo sucesso. Faço isso pela paz, não pelo público. Faço isso pela calmaria de uma pós-tempestade que me é o interno da cabeça, dos pensamentos e do peito mastigado. Faço isso pelo simples dom do hobbie, se é que dom e hobbie podem se unir. Se sim, aqui estamos, juntos, entrelaçados como num promíscuo sexo entre vira-latas. A princípio poderia eu ter enveredado por caminhos distintos, mas o senso da razão para agir perante a emoção sempre falou mais. Aliás, poucos foram os textos em que dediquei minha razão. Nunca o fiz para ganhar garotas, nunca o fiz para conquistar vaginas e estampá-las aos amigos como troféus. Porque isso não se faz, não um homem de verdade, tendo ele 10, 19 ou 80 anos. Fiz pelo gosto da escrita, sem profundamente almejar públicos ou fãs. Eu poderia ter tudo isso, caso quisesse. Poderia ter a maioria das mulheres, caso minha alto-estima fosse como a de uma pessoa comum. Mas, outra vez, não o fiz. Não sou otimista, não amo a mim mesmo para me sentir confiante. Mil delas não me satisfazem como apenas uma – ela – me satisfaz, então para quê esse falso determinismo de somente tecer palavras para conquista corações alheios e inocentes? Não. Eu nunca fiz por segundas intenções. Fiz pelo hobbie, sempre por ele. É aí que sempre residiu o problema: falta de ambição, pouca ganância e poucos resultados. Mas não se pode ter tudo, pequeno gafanhoto.
É a conquista ou a paz – e estou verdadeira e inocentemente bem com o segundo, obrigado.  


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