15 de dezembro de 2013

É por mim



Agora é por mim, é por minha conta, é para mim. Há muito tempo deixei de fazer isso, há muito tempo julguei-me incapaz e perdedor. Não há ninguém neste mundo que desacredite em minha própria capacidade do que eu mesmo, e não há ninguém nesse mundo que mais saiba o quanto sou capaz do que eu mesmo. Eu sei, não é força de vontade, não é pensamento positivo – bostas assim ficam para aqueles que nada temem, que nada querem dramatizar, para aqueles que amam a natureza e sentem sua essência no cérebro, pulmões e olhos; bostas assim são para pessoas zens que, acredite, me irritam mais que tudo; “eu nunca dou ouvidos pra alguém que chega assim do nada, achando que tudo tá tranquilo o tempo todo”. O que eu sei sobre mim mesmo, no fundo, é a mais pura certeza, a mais pura crença, enquanto que o pessimismo serve, sobretudo, para elevar a humildade – e funciona. A melhor parte nisso, é olhar para trás e ver meu eu de antes, lembrar o quanto ele sonhou e o quanto ele foi capaz de alcançar esses sonhos. Talvez você nem sequer lembre, mas eu disse que tinha feito aquilo por você, que tudo era por você, por um futuro que eu te alcançaria e meus sonhos se concretizariam. Bem, eu tentei; eu tentei por alguns segundos, tentei por alguns minutos, e consegui por longos e arrastados meses – concretizei tudo aquilo que havia prometido, eu cumpri. Não importa o rumo negativo que a história tenha tomado, eu disse que faria e fiz, mas eu o fiz por você, e minha missão cumprida foi também o início do meu declínio. Declinei e sofri, mas no fim, nunca verdadeiramente estive na merda como sempre ousei dizer. Eu me reergui e estou aqui, agora, esculpindo essas palavras que daqui a algumas semanas poderão me fazer rir de orgulho ou de irônico deboche. Mas eu tentarei, estou tentando, tentando e sempre tentando, sempre tentando, independente do quão depressivo aparente ser ou o quão pessimistas soem minhas palavras escritas. Isto eu jamais poderei chorar no futuro: jamais reclamarei a dor de não ter tentado. Agora, muito diferente do que um dia eu fui e como agi, livre de críticas, piadas, risadas ou mágoas. Mesmo que te não tenha nada a ver com declínios e fracassos, agradeço profundamente, porque no fim, se eu não tivesse tentado por você, lutado por você, e fracassado por nós, talvez eu sequer estivesse aqui tentando novamente por mim. Dane-se a perspectiva do egocentrismo, agora é só por mim – e por ninguém mais.

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