13 de fevereiro de 2011

Outro delírio de amor



Estou te procurando por aí, onde estás? Por onde você caminhou? Os caminhos que seguiu e os rostos que vislumbrou? Aonde fostes? Nesta alegria pálida de um cálido relógio ultrapassado? Quais as emoções viveu por esse caminho curto e tenebroso?  Aonde levou esse destino incerto da juventude e de arfares fiéis, e se levou tudo o que tinha outrora consigo, mostra os restos dos teus pés. Aonde fostes? Qual caminho seguiu e qual face beijou? Qual júbilo te uniu, que corpos imortalizou? Onde foi parar teu veneno que por meu corpo correu, que nas pernas imaginárias dela cessou e de um pobre orvalho secou? Aonde fostes? Onde estás? Não demoras, porque o tempo é hora, a hora que passa feito asas, de asas que voam e me ressecam. Batem feito vento, matam como velas, dissecam meus espelhos e arregaçam tuas órbitas. Aonde fostes? Onde estás? Não demora. Pois sem você estou morto, quase levado por esse rio de outonos, inútil às palavras alheias e desfeito de minhas velhas veias. Aonde fostes? Onde estás? Pois preciso de ti, preciso da sanidade. Preciso da razão que um dia me beijou os lábios, a razão que me roubou a inocente felicidade, a razão que se foi, e se foi levando minh’alma ensandecida, levando meu coração sábio desprovido de ciúmes, fantasias e medos. Aonde foi? Onde está? O velho jovem homem que se formava, desprovido de amor, incertezas. Aonde foi, onde estás? Tudo aquilo que ela roubou? Aonde foi, onde estás? Toda a sanidade que não volta atrás?

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