1 de fevereiro de 2011

Hoje, só por hoje


­ ­ ­ Hoje, só por hoje, estou sozinho. Talvez isto seja uma confissão, talvez sejam palavras tristes, talvez seja uma revelação desprezível ou o grito silencioso da minha alma. Letras melosas, frases depressivas, linhas chorosas. Abandonado por memórias longínquas, vozes distantes e sorrisos apagados. Promessas vivídas e hoje já mortas, idealizações e sonhos destruídos por razões que ainda preciso entender. Hoje, só por hoje, meu solo não mais treme sob meus pés, tampouco me fez cair, ele está inanimado, junto com todas aquelas flores que outrora brilharam diante de mim. As flores murcharam, as flores perderam seu cheiro, as flores me deixaram. No solo infértil do meu coração, ele se tornou pedra - só por hoje -, alguém o destruiu, e nem sequer o ódio se ergue para proclamar vingança, tampouco a compaixão para cantar o perdão. Hoje, só por hoje, não fui eu culpado pela minha solidão. Hoje, só por um hoje talvez eterno, estou sozinho sem o calor no peito. Hoje, só por hoje, estou sozinho.

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