13 de agosto de 2011

Colidir


É madrugada e eu penso: o que todos eles estarão sonhando? É madrugada e estou acordado sob o quente do lençol e o frio da brisa. Lá em cima o céu se estende para mim como um livro sagrado, limpo e brilhante. É madrugada, e o som está ecoando em meus ouvidos; aquele som que me toma um regresso no tempo, às épocas alegres e encatadoras. Embora boa e penetrante, o som é sujo – quase, eu disse quase massacrante. As estrelas estão lá em cima, e me pego a pensar quantos “iguais” a mim notariam o brilho desses pequenos focos de luz. Sei, e como sei o quão irrelevantes são eles para olhos alheios, mas ainda estou aqui, de madrugada, me pegando a pensar sob a noite e o belo estrelar: quantos deles se importam, e quantos dariam a ênfase que estou enviando ao som que me abate? Solto um pesado suspiro – alguém disse uma vez que a cada suspiro que solto, um pedaço da minha felicidade vai embora. Não há dor, não há tristeza, no entanto. Foi apenas um suspiro. É madrugada, e eu volto a fechar os olhos e ouvir o som que acolhe meus ouvidos. Estou tentando voltar ao sono – que subitamente foi interrompido sem razão alguma. Aperto os fones de ouvido. Solto outro suspiro, e tento dormir.

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