4 de agosto de 2011

Um desabafo, tantas decepções.


Com o tempo você aprende que as coisas não são tão fáceis ou simples. Com o tempo, suas visões se ampliam e a lógica infantil de que “tudo pode ser resolvido” desaparece, e o mundo começa a se mostrar mais obscuro diante de você. Nós crescemos, amadurecemos e lamentamos o fato de certas coisas permanecerem da mesma forma e que jamais mudarão. Isso implica em tantas questões de nossas vidas e não se limita apenas a poucos assuntos, mas a todos eles.
E nas últimas semanas, eu aprendi algo vital para o encaminhamento da minha mísera vida daqui pra frente: não podemos salvar o mundo, porque ele precisa aceitar sua própria salvação antes disso. Tomem esta frase e apliquem-na em suas vidas, garanto que chegarão à mesma conclusão. E graças a isso, hoje escrevo esse texto, refletindo toda a minha decepção e tristeza com as pessoas que mais estiveram ao meu lado durante toda minha vida: minha própria família.
É lamentável quando você demonstra verdades diante dessas pessoas, eles as consideram, mas continuam partindo dos mesmos princípios e ignoram essas tais verdades em função de benefícios superflúos e substituíveis – o pior: facilmente substituíveis. Não importa o que você faça ou diga, não importam as provas e evidências que mostremos a essas pessoas, elas jamais colocarão a sua pessoa em primeiro plano e nunca ponderarão seus argumentos. É justamente isso o que me fez perceber o quão mesquinho o mundo – a humanidade e a fétida raça humana – pode ser, já que embora todos os esforços estejam ali, diante dele e com o intuito de ajudá-lo, o mundo jamais alcançará a própria salvação se ele mesmo não se interessar em buscá-la.
Somente no momento em que as pessoas a minha volta levarem um tapa na cara – ah, e vai acontecer brevemente, e por mais duro e lamentável que isso seja, eu vou sorrir amargurado e direi “Eu avisei. Agora acho pouco” – é que a verdade os acometerá e irá clarear seus olhos há muito cegados. Talvez nem isso aconteça, mas tanto faz agora.
Minha decepção está crescendo, evoluindo e superando a benevolência e as relevâncias. Não consigo mais ser tão bom e compreensivo, e o jeito bom que sempre imperou em mim no sentido de não guardar mágoas já sumiu. O pior de tudo é que não posso mais fazer nada, e mesmo fazendo, eles – minha família – falarão mal de mim e puxarão o saco daquela tal pessoa que provocou todo esse desconforto familiar e destruiu nossos laços que outrora foi tão forte – eles não percebem isso, não dão importância a esse fator. Minha tristeza é grande, porque a cada dia que vivo, percebo que as coisas conspiram contra mim, e tudo o que eu mais sonho e desejo se afasta sempre, do mesmo modo como as más pessoas e péssimas influências conseguem voltar minha família contra mim, estando de baixo de nosso próprio teto.
Não sei o que vai ser daqui pra frente. Apenas a porra da decepção me contagia.  
Eu já desisti dessas pessoas e de toda essa hipocrisia que estão mantendo sob o próprio teto. Essa desistência causa algo ainda mais profundo, e toda a consideração por meus entes queridos hoje eu sinto morrer.
Para mim, tanto faz, tanto fez.  O mundo é desse jeito: você não pode salvá-lo, por maior e intensa que seja a tentativa. Deixe-os morrer, deixo-os se degradar, poluir e violentar. Importe-se consigo mesmo, salve a si próprio.
Dê o fora. É tudo o que importa.

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