Vou aqui contar nos dedos as crônicas
de uma vida que escrevi, mas ao mundo não mostrei: uma, duas, três... Talvez quatro,
talvez cinco, no máximo seis. Não só como diz o ditado, aqui na minha situação
também não é a quantidade que importa, e sim a qualidade, a seiva em questão de
um bruto que o mundo nunca leu, a alma que você
jamais vai vislumbrar. Não, porque já é tarde, tarde demais para continuar
com aventuras literárias e desabafos mal direcionados que nunca chegarão a ser
atingidos. Eu escrevi, eu escrevi tanto, eu quase morri sobre esses teclados e
do mundo recebi um milhão de respostas, mas de quem realmente interessava, nada. Tantos e tantos parágrafos falando
sobre distâncias físicas, sentimentais e pessoais, sobre amizades impossíveis,
sobre abutres famintos e ao mesmo tempo vitoriosos, sobre homens e menininhos
bem melhores que eu, mais bonitos, mais significativos, mais maduros e vividos.
Sobre tantas coisas que já nem faço questão de lembrar, porque morreram
juntamente com seus respectivos títulos e linhas. Já era, já deu. Só o que não deu foi essa vontade de continuar, de
voltar atrás e corrigir as coisas que eu acho que errei (embora os amigos
insistam em dizer que de erros totais, pouco me vali), das palavras não ditas,
somente escritas, escritas e escritas. Palavras
não mudam nada e promessas são areia na tempestade. Forças ainda tenho,
forças posso buscar para escrever mais um pouquinho de toneladas de lamentos,
desejos e sonhos, mas não o farei, porque preciso crescer e engolir essa
baboseira. Guardarei essas linhas assim como guardei tantas outras, e talvez seja
melhor assim, porque, como sempre, eu
jamais seria correspondido. Que morram neste Tártaro, todas elas, malditas,
venenosas, porém tão vitais, tão necessárias, tão repetitivas e verdadeiras. Que
morram. Que morram. Que morram...
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