Quando encontrei Maria, eu andava um
caos. Um caos pacífico, desses não destrutivos, desses que não machucam vidas,
estava mais para um caos “pós-tempestade”. Quando encontrei Maria, ah, eu
lembro muito bem, pouco imaginaria que ela teria um importante papel a
desempenhar dali em diante, pouco tinha em mente qual arquétipo de personagem
ela seria dentro daquele destruído e massivo roteiro. Quando encontrei Maria, o
mais tormentoso problema não era a carência ou o desespero de completar, e sim
a solidão de se estar na lama sem amigos ou alguém um pouco além disso. Foi aí
que ela apareceu, ironicamente da mesma maneira que a Virgem Santa surgiria
para um afogado alcoólatra que busca um propósito. Só que esta Maria em
especial era mais real e menos virgem que a mãe de Cristo, ela realmente
existia e tinha um marco a cumprir. Quando encontrei Maria, ah, sim, certas
coisas fizeram sentido e novamente senti-me afogado em seios maternos – entenda
isso como quiser – e calorosas pernas. Quando encontrei Maria, até estive ao
ponto de escrever um bom romance inteiro, mas pela primeira vez, vi-me dedicado
mais ao tato que à literatura. Escrever tornou-se enfadonho e sem sentido,
porque quando encontrei Maria, tive coisas melhores a fazer – como viver.
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