Eu um dia também sonho em me vender, e
espero que isso ocorra lentamente, que eu me transforme em uma máquina
pré-direcionada e comece a contestar meus próprios padrões e meus próprios
materiais. Espero isso pela experiência, porque o maior erro de um ser humano,
por mais que clichê que seja dizer, ainda é o de não querer arriscar, de não
querer ser e não fazer. E por isso também em me vender, seja por dinheiro, seja
por amor, seja por objetivos sujos, seja pela vingança, pela primorosa vitória,
pelo sucesso, ou por uma legião de seguidores. Seja pelo que for, seja por
qualquer coisa, também sonho em me vender, tornar-me tão previsível quando o
pau de um playboy drogado e garanhão. Quero descobrir o preço do prêmio máximo
e por consequência, o preço amargo e ácido do arrependimento, o verdadeiro valor
da vergonha, a compensação de tantas risadas externas e chacotas eternas. Eu o
farei, eu realizarei, sem medo das boas ou más consequências – porque como o
dito popular avisa: “o futuro só a Deus pertence”. Ele pode saber o que
acontecerá, mas jamais me impedirá de fazer o que eu quero, o que eu sonho, o
quanto quero ganhar – ou perder. O futuro a ele é visível, mas só a mim é
moldável. Não importa o preço e o valor, não importa o fim, não importa o
início. Se eu tiver de me vender, pelo puro e simples prazer do gosto, da
curiosidade, do risco, da excitação pelo desconhecido, então me venderei. Pois ela é minha, e faço eu dela o que bem entender.
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