6 de janeiro de 2014

É assim que você se torna uma mulher



Não nego o mau caráter de um homem, moça. Não nego que muitos de nós não valemos o chão que pisamos, e que eu mesmo não vali certos chãos que pisei ao longo de minha curta vida. Não nego nossa natureza vil e perigosa, extremamente mentirosa quando há de ser, não nego, não me defendo – condeno a mim e talvez a todos, talvez até mesmo aos mais inocentes que aqui sequer merecem ser citados. Não nego o grande direito de uma mulher ao reclame, à oposição, o direito de questionar e cobrar explicações – quem sabe até a justiça –, mas isso não a concede o direito de menosprezar algo bom em função de uma ocasião que saiu errada. Isso não a concede o direito de encher nossos ouvidos com indiretas banais que nunca atingirão o alvo garanhão, porque provavelmente ele já estará cortejando outra garota, seduzindo-a para um rápido namoro para aconchegar o pau nessa próxima e respectiva vagina. Homens não prestam, é, eu sei, vá em frente, diga isso, não contestarei, só não coloque a culpa em um sentimento puro e bondoso (que você achou estar sentindo) em função de uma desilusão besta e passageira. Há mulheres e garotas com boa intuição, há mulheres e garotas com intuição nenhuma, mas isso não significa que você precisa ser uma panaca mongoloide que acha que encontrou o amor da sua vida na primeira semana de conversa. Sim, homens não prestam, é, eu sei, vá em frente, diga isso, não contestarei, mas não é culpa de todos os seres do meu gênero ou culpa do “amor” que você disse sentir se sua atitude foi infantil e típica de uma princesa babaca da Disney. Isso não é um conto de fadas, moça, viver em um mundo onde “todos os homens, sem exceção, não prestam” te obriga a ser mais esperta e menos medíocre. E aqui vai um conselho: falta de mediocridade não significa ser ranzinza, chata, grosseira ou uma feminista-xiita. Não é culpa de ninguém que sua ilusão tenha dado errado, portanto, não venha culpar o mundo por um vacilo seu; não venha dizer que todos os homens só pensam com o pau, se os poucos com quem você se envolveu só faziam isso. Talvez eles estejam sendo extremamente mentirosos e oportunistas porque viram em você uma garotinha boba e iludida, cheia de expectativas e sonhos levianos. Não culpe um determinado sentimento por uma boba desventura que você teve – é o que quero que você entenda, é o que quero que você aprenda. Uma mulher de verdade... Aliás, uma pessoa de verdade só cresce, verdadeiramente, quando aproveita as coisas boas de um relacionamento e aprende racionalmente a amadurecer com as coisas ruis.
É assim que se cresce, garota: sem culpar ninguém, a não ser a própria ingenuidade e os próprios vacilos.
É assim que você se torna uma mulher.                                                                                                                

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