25 de junho de 2011

Segredos Ocultos


Pois é: deixe-os guardados. Pessoa alguma precisa ter o conhecimento da grande dor que ocupa seu corpo, e a razão disso é tão simples de se entender que sequer precisa cair na explicação. Mas ainda estamos aqui, sobrevivendo a mais um dia de dor. Só que não há razão de esbanjá-la por aí, o mundo está cheio disso e ninguém precisa te escutar – há uma conjunção, já que você também não precisa expôr tais problemas. Sabe, o mundo gira, as vidas rolam e rodada do destino permanece fluindo; pessoas sofrem, pessoas choram, pessoas machucam, pessoas caem. E o tempo? Ele não vai parar. Você não é o centro do universo, por isso indivíduo algum vai parar tudo para escutar. Ou vai? De um jeito ou de outro, a questão se baseia no simples fato de ninguém necessitar ouvir suas mágoas.
Existem problemas demais por aí e por uma atitude puramente altruísta, você opta por não preocupar as pessoas que ama para ouvirem suas dores. É simples. Nesse ínterim, continue chorando no escuro e quando ninguém estiver observando; deite a cabeça no travesseiro e morda o lençol, sofra em silêncio no pêndulo da madrugada solitária; vá ao chuveiro e misture suas lágrimas com a água do banho. Sério, cara... Não perturbe as pessoas, já chega. Porque sua dor magoa os outros, destrói todas as esperanças que elas constroem sobre você, e quer saber? Percebemos que nunca fomos tudo aquilo: quebramos expectativas, e não nos importamos – apenas seguimos em frente com o pensamento de que as coisas vão cicatrizar. Simples assim.  Então, qual o fútil motivo para desabafar essa dor que há tempos vem me consumindo?
A questão, aqui, não se baseia também em força, mas omissão. Ou mentira. Você está sofrendo de amor, cara. E isso é uma droga. Está tão caído a ponto de desenvolver um desinteresse aparentemente eterno; você fica sem desejos e sem vontades, e renega todas as outras opções que surgem na sua frente como um puro presente de Deus. Mas, e aí? Você não quer saber de nada, peo menos não por enquanto, não durante o tempo que sua cabeça volta-se a um único coração e seus sentimentos choram pelas saudades de uma época distante. Então, mantendo esta história sob os panos e jogada de baixo do tapete sujo da sala, é necessário ter em mente uma coisa: não há interesse, nem felicidade, muito menos esperança – é claro: pelo menos por enquanto.
Portanto, calemos nossas bocas – e estou mantendo a minha bem fechada. Sorriremos por pura educação, e responderemos um “estou bem” apenas por hábito. Mentiremos para amigos e familiares; omitiremos a enorme e forte presença de nossa dor. Dor. Dor. Lágrimas. Continuaremos vivendo, respirando involuntariamente. Simples assim. Porque nós – você, eu, e outros milhares que compartilham desta inoportuna desilusão – não somos fortes, mas sim um bando de mentirosos fingidores que não cogitam compartilhar esta dor. Não iremos desabafar. E este segredo – ah, esse maldito aperto no peito – continuará nos corroendo até estarmos mortos e/ou aptos a uma nova jornada.
Ninguém precisa conhecer minhas atuais dores. Ninguém trará de volta a época que fui feliz.
Nem lembranças, nem conselhos. Apenas as águas desabam de meus olhos.

Um comentário:

  1. Só desaba o que você deixa cair.
    Ninguém trará de volta, por isso você constrói o seu exército. Mas isso não ti impede de viver outro dia daqueles, sem repetir o seu passado.
    Beijos e abraços,
    Amanda Fagundes.

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