13 de março de 2012

Gênesis



Nascido de um ventre, de uma mulher, através de um homem. Sob os conselhos dos pais, mas gerado pelas próprias certezas. Crescido entre as mentiras e as verdades, tocado e exasperado pelo âmago do sentimento, caído pelo desprezo, erguido pela esperança. Vivendo de sonhos, sem medo de se revelar, sem medo de gritar. Amando com o coração partido, sem Deus nem Diabo, sem anjos, mas com legiões de demônios. Espíritos malignos, nascidos dentro d’alma. Crenças. Incrédulo. Olhando para as estrelas, almejando o Sol. Secando a Lua, desejando outro lugar. Um abraço, um suspiro, uma voz, um toque e um beijo. Infringindo guerras, batalhas intermináveis e desesperança, ciúmes e auto piedade. Sem medo da morte, com medo de perder. Com medo da vida, sem medo de viver. Soprando nas trevas, soprando nas ideologias. Convicto. Certo. Errado. Exagerado. Mudando a cada respiração, explodindo como uma Super Nova, crescendo à velocidade da luz. Se renovando como um novo átomo. Ganhando, perdendo e perdendo um pouco mais. Chorando. Crescendo. Progredindo. Caindo. Desacreditado em tudo, menos em si mesmo. Para jamais esquecer, mesmo sob o leito de morte. Atrás dos bastidores, na ambulância engavetada, sobre o solo sagrado da profanação. Matando para salvar, mentindo para conviver – com a própria dor, com os próprios temores e, outra vez, os próprios demônios. Renegado pela vida, excluído da irmandade. Servido da chacota, rindo diante da vida – porque não passa de mais uma piada sem graça. Bebendo do vinho milenar, o néctar que ampara todos os homens. Tonificado pelos três ingredientes dos tolos: amor, sonhos e esperança.  Porque, quem me sustenta são eles. Alguém disse uma vez: “O mundo está nas mãos daqueles que têm a coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos”.  

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