14 de março de 2012

Paraíso Perdido


O Céu que todo o homem ousa pisar. O paraíso dos justos, a sombra dos honrosos, os quais tocaram a silhueta da bondade. O vale dos bem aventurados, dos crentes, dos fiéis. O lar de todo e cada ser humano benevolente e humilde. A grama dos severos justiceiros que bradam a voz do amor e da verdade. Deus - existindo ou não, amando ou desistindo – que, entregando aos seus filhos o campo da vitória, nos graceja com tal beleza - desprovida de derrotas. Se é verdade ou mentira, não sei, mas realmente há e haverá tal paraíso. Um oceano de graça, um tempestade de harmonia; o raio incandescente, incinerador do ódio e da tristeza. Alarma. Queima. Arde. Renasce. O fogo de Julho, abraçando os males de Fevereiro. A chama de Maio, contestando a crença de Dezembro. Explodindo como vulcões famintos, expulsando vilarejos, expulsando espantos. Expulsando meus medos. Trazendo vis conselhos e amargurando tolos desejos. Mas, ainda assim, como um ponto minúsculo, perfeito e sinuoso sobre os bolsões da hipocrisia. Ascendendo, brilhando, tal qual vaga-lume num poço de anseio. Maior que o próprio Deus, mais perfeito que o próprio verbo. Na minha blasfêmia repleta de paixão que a deseja. Linda, linda tão linda. Paraíso admirável. Paraíso despercebido pelos demais. Transparente. Escuro. Singelo. Colorido em sua simplicidade. Banal para eles, indescritível pra mim. Um paraíso. Um Céu. Uma perfeição, uma perdição – teus olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário