Fui um poço de idiotice fazendo
escolhas erradas e ilusórias ao longo desses últimos anos. Minhas razões para
isso foram nobres, incrivelmente nobres, mas como um homem velho, caíram por
terra. Morreram. Hoje nem mais fazem sentido, porque não depende mais de mim. Pelas
minhas vontades tudo continuaria e teria um preço magnífico, teria gratificações
e recompensas das quais eu desfrutaria para o resto da minha jovem vida. Não me
arrependo em nenhum momento de tê-las feito, porque não foram erros, foram
escolhas necessárias para ser quem eu sou hoje. O que me revolta, a única coisa que me deixa triste, é
saber que cometi alguns erros dentre essas escolhas, não as administrei bem, não
expressei melhor. Eu juro que tentei, cada pedaço de frase e cada linha de
textos que escrevi até hoje não valeram de absolutamente nada. Eu deveria ter sido mais claro, objetivo, menos subjetivo ou
poético. Estraguei meus últimos dois anos num sonho que não me valeu de nada,
desperdicei anos de colégio por um objetivo que, agora, neste final, me fez
voltar à realidade para fazer aquilo que me agrada, ao invés de sacrificar um
pouquinho para enfim alcançar aquilo que me faria plenamente feliz num futuro
idealizado. Fui um poço de idiotice, de erros propagados e imbecilidades ditas.
Mas não me arrependo, porque o erro partiu de mim e não da causa pela qual eu
iniciei a pequena luta. Intitulo aquilo o meu texto com a memória de uma data,
pois antes dela (exatamente mais de dois anos antes dela) eu dei início à minha
corrida. Eu corri, eu cheguei, eu venci, mas não adiantou muito. O sonho de
ingressar na Universidade Federal do Pará eu tive em nome de algo maior, que
hoje se perdeu, que hoje palpita para outras bandas e respira novos ares. Mas
juro que esta é a última vez que eu reclamo por isso; a última vez que toco no
assunto. Eu parei tanto tempo nisso que esqueci de mim – não que eu vá me
valorizar, porque nunca o fiz e não será hoje que o farei, não sou desses, acho
a atitude ridícula e nunca precisei dessas bobagens de “auto estima” para
conseguir vencer, não funciono com livros de auto ajuda e estou extremamente
satisfeito. Só não me resta muito, nem lágrimas, nem auto piedade, nem
perseverança. Trata-se apenas de “seguir por seguir”, afinal é o que todo mundo
faz. E, felizmente, não ando sendo o
primeiro, muito menos serei o último.
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