Sexo. Tão banal quanto gostoso.
Nada de especial, mas como nenhum outro. Ele só gozou depois de vê-la gozar.
Ela era a prioridade. Um cigarro acesso na mão dela. Tudo bem, já não haveria
beijos. Não faziam questão. Isso ela guardava para o namorado dela. Nem citei
que ele era amante. Eles riam em cada escapada, em cada beijo roubado. Depois
saiu, com um rumo, mas sem objetivo.
Uma cerveja, a única certeza, não
se concretizou. Resolveu assistir a um filme qualquer que passava no cinema.
Tinha duas horas até ele começar. Foi com o maior traficante da sua cidade, que
sempre alimentou seu vício. Provou um pouco de algo forte, mas que já conhecia,
e um pouco de algo novo que estava à vista. “Cem sonetos de amor”, Neruda.
“Tesão”, Tico Santa cruz. Levou os dois pra se entorpecer em casa. No caminho,
um cigarro. A chuva fina que caía pedia por ele. Parou para comer em um buraco
qualquer. Trinta minutos de espera muito bem recompensados.
Continuou a vagar por uma cidade
já adormecida, acordada esporadicamente por moto apostando corrida, carros com
músicas que ele odiava, sendo ouvidas no último volume em carros de
inconsequentes que esbanjam os bens dos seus pais. Andou. Chegou em casa.
Chaves para um lado, carteira para o outro, celular na cama em cima de um vulto.
Ligou a tevê. O cantor favorito dela cantava. Coincidência. Ligou a luz e
percebeu que o vulto era uma blusa de um dos times do coração que ela vestia
enquanto estava na casa dele. Sentiu o cheiro dela na blusa. Fechou os olhos.
Sexo. Tão banal quanto gostoso. Nada de especial, mas como nenhum outro. E de
olhos fechados, pegou seu notebook ainda ligado.
Começou a escrever.
(T.S.Banha)
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