8 de setembro de 2013

Você e o seu texto e o quão desgraçado você é



Fodido - juro por Deus que é a mais pura verdade e que as explicações me são necessárias tal como o ar que respiramos. Eu me achar o popular e melhor de todos? Não. Chamar a mim mesmo de lindo? É ironia, e farei questão de deixar claro. Há coisas que preciso explicar, coisas das quais não sou capaz de fazer e necessito acrescentar palavras como “se eu tivesse”, “se eu pudesse”, “se eu fizesse”, “se eu fosse”. Sempre um “se”, pois é ele o senhor da minha vida, bem como Deus é tudo na vida de um cristão – ao menos teoricamente. Não, eu não estou brincando quando me ridicularizo na frente dos outros; não são caprichos as piadas sobre meu fracasso; não é psicologia reversa quando ironizo o fato de eu ser incapaz. Eu sou, ponto final. “Quanto menos se acreditava na vida, menos se tinha a perder”, algum velho safado e divino escreveu isso certa vez, e quando li, há muito havia adotado tal estilo de vida.  Fiquei feliz por pensar igual a um humano moribundo já morto, porém que muitos idolatram e veneram através das páginas de suas obras. Fico feliz, a cada linha, por notar que penso igual ao solitário filósofo Fulano ou ao decadente escritor Ciclano. Faz bem. Significa que aonde quer que eu vá quando morrer, residirei ao lado desses vagabundos apreciadores da boa poesia, do ócio e da desgraça – a espiritual, a mental e a passional. Talvez seja a única vez em que fico verdadeiramente em paz e feliz, pois sei que no fundo não estarei sozinho. Que esse dia chegue – logo! –, já que, por enquanto, eu vou levando assim: sendo humilde, maldito e fodido, cuspindo blasfêmias contra Deus (o mesmo pelo qual jurei no início), minha própria pessoa e à hipocrisia que nos cerca.
Pois a vida não passa de uma grande ironia. E da minha, ha ha ha, só faço rir.


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