Fodido - juro por Deus que é a mais
pura verdade e que as explicações me são necessárias tal como o ar que respiramos.
Eu me achar o popular e melhor de todos? Não. Chamar a mim mesmo de lindo? É
ironia, e farei questão de deixar claro. Há coisas que preciso explicar, coisas
das quais não sou capaz de fazer e necessito acrescentar palavras como “se eu tivesse”, “se eu pudesse”, “se eu
fizesse”, “se eu fosse”. Sempre
um “se”, pois é ele o senhor da minha vida, bem como Deus é tudo na vida de um
cristão – ao menos teoricamente. Não, eu não estou brincando quando me
ridicularizo na frente dos outros; não são caprichos as piadas sobre meu
fracasso; não é psicologia reversa quando ironizo o fato de eu ser incapaz. Eu sou, ponto final. “Quanto menos se
acreditava na vida, menos se tinha a perder”, algum velho safado e divino
escreveu isso certa vez, e quando li, há muito havia adotado tal estilo de
vida. Fiquei feliz por pensar igual a um
humano moribundo já morto, porém que muitos idolatram e veneram através das
páginas de suas obras. Fico feliz, a cada linha, por notar que penso igual ao
solitário filósofo Fulano ou ao decadente escritor Ciclano. Faz bem. Significa
que aonde quer que eu vá quando morrer, residirei ao lado desses vagabundos apreciadores
da boa poesia, do ócio e da desgraça – a espiritual, a mental e a passional. Talvez
seja a única vez em que fico verdadeiramente em paz e feliz, pois sei que no
fundo não estarei sozinho. Que esse dia chegue – logo! –, já que, por enquanto, eu vou levando assim: sendo humilde,
maldito e fodido, cuspindo blasfêmias contra Deus (o mesmo pelo qual jurei no
início), minha própria pessoa e à hipocrisia que nos cerca.
Pois a vida não passa de uma grande
ironia. E da minha, ha ha ha, só faço rir.
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