E sem querer, você se tornou
exatamente como aquele a quem mais admira: Deus... Não, pera, não! Quis dizer
outro personagem, me refiro ao decadente homem perdido e solitário que povoa na
ficção as ruas de LA. Você encontrou
nele a explicação para suas próprias perguntas, encontrou nele algo digno do
qual se identificar, viu em suas visões distorcidas um conforto para respirar e
dizer: “Ei, este sou eu! Ei, finalmente alguém me entende”. E está aí. Você se
encontrou, parabéns. Decerto não foi um encontro residido em uma imagem sólida
de boa reputação e pensamentos éticos, não. É uma questão absorta do mundo
normal, um perfil desgastado, consumido pelo pessimismo e ódio próprio.
Transcrevendo as palavras daquela tão promissora, porém ex-namorada: “Bebe demais, escreve de menos e o único
exercício que faz é no quarto... Você ama as mulheres, mas se odeia. Assim,
qualquer uma que goste de você é vista como tola”. Xeque! Palmas, soem os
tambores, fiquem de pé, pois os espetáculo foi concluído. Esse é quem você é.
Desgastado. Destruído. Depressivo. Danoso. Mas há amor próprio nesse ódio
próprio, porque odiar-se é a forma mais gentil e verdadeira de tratar a si
mesmo. Você ama se odiar, e está satisfeito assim, é a sua vida, é seu modo de
enxergar o mundo lá fora, tão corroído quanto seus olhos, pois o ódio é grande e acabe perfeitamente
na cama e no colchão de amar. Você
está satisfeito com isso.
Encontrou-se ligeira e profundamente
em Hank Moody - como se soubesse disso
desde os sua infância.
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