20 de maio de 2013

Observador




Percebo que ser de poucas palavras, lá fora, me permite uma coisa que vim moldando com o tempo. É que todo escritor ou aspirante a escritor precisa, além de amar a leitura e a escrita, sobretudo, saber observar as coisas a sua volta. Isto é imprescindível para uma boa carreira profissional ou pessoal. Desde jovem carrego isso comigo, entre as observações de minha mãe e de outras mulheres da família. Aliás, mulheres são criaturas interessantes e se aprendi alguma coisa com elas, foi observar e desenvolver conversas entre olhares. De lá pra cá, adaptei, enquadrei e encaixei meu tipo de análise. Pois lá fora, longe destes textos, destes livros e deste blog, eu pouco falo, podendo soar até insensível. Observo, porque é da minha natureza calar a boca e observar, tecer pensamentos e análises – porém nunca definitivas demais ou vagas demais. Aprendi, observando as pessoas, que elas são muito mais do que aparentam na imagem, porque eu tento enxergar além, em cada dia de convívio, cada movimento. Pois o corpo não engana o que as palavras tentam esconder. As emoções ainda são as mesmas, seja lá quão distintas sejam estas pessoas. Aprendi a observar além, ver a tonalidade de cada olhar e a beleza – da “gordinha” antissocial sentada no canto, por exemplo. Graças a Deus, por ser feio e renegado, aprendi a dar valor nas coisas que realmente valem a pena. Agradeço por não ter nascido externamente lindo e encantador, pois aí as chances de ser hipócrita e narcisista não me deixariam, talvez, alcançar as conclusões que tenho hoje.
Até acho que, por ser um aspirante a escritor ou um modesto observador, tenho aquilo que muitos já ouviram falar, mas são poucos os que realmente entendem. É o que geralmente chamamos de “visão poética”, mas isso já é coisa para outro texto...

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