É incrível como a vida muda em
tão pouco tempo. Uma hora empolgado; na outra, ligando o foda-se. Rap, depois
rock, depois samba. Altas, baixas, morenas, loiras. Tudo se mistura, sem ter
relação alguma. Engraçado. Talvez essa fugacidade da vida é o que a torne tão
prazerosa. Viver essa inconstância, a qual dilacera a monotonia cotidiana que o
nosso estilo de vida mecânico impõe. Estudo, dinheiro, filhos, netos. Qual a
lógica de ser tudo que as pessoas querem sem ser você mesmo? Na minha
irrelevante opinião, nenhuma. Eu poderia estar na rua, bebendo com meus amigos,
mas escolhi ficar em casa, vendo filme e escrevendo com uma dose de scotch como
melhor amiga. De longa data, na verdade. Mas não aconselho ninguém a fazer o
mesmo. Não tente mudar o que não precisa ser mudado. Nós esquecemos do mais
importante, a nossa felicidade. Pro caralho com esse papinho de que isso não
passa de um clichê barato. Só ela importa mesmo. Somos alienados para acreditar
que tudo está pré-determinado, sair dos padrões. Eu achava que o correto pra
mim era ser o melhor que eu podia ser. Um PhD promissor, referência, conhecido
pelo meu trabalho. Hoje, só quero ser do mundo. Conhecer lugares, pessoas,
costumes, tradições, religiões, preconceitos, histórias. Não faço isso agora por
que falta maturidade e consequentemente coragem e por ter prometido à minha mãe
só fazer isso depois de me formar, pra ter algo com que eu possa de alguma
forma ganhar dinheiro. Em resumo, tenha medo das próprias atitudes, mas tenha
coragem para tomá-las. Elas determinaram quem você é/será e o quão felizes você
será. Afinal, é só o que importa.
(T.S. Banha)
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