25 de abril de 2013

Sonho(s) de uma noite de solidão




Título ridículo, porém cabível. Sucinto. Merecível.
Minhas noites não são mais recheadas com sonhos de amores, cabelos longos esvoaçando no vento do norte ou olhos castanhos. Tampouco peles aveludadas. Meus sonhos, agora, acompanham o ritmo de minha vida: mais carnal e promíscua. Ainda há mulheres neles, graças a Deus, mas elas me visitam de formas diferentes, ensandecidas, vívidas, molhadas e intensas. Dia e noite, tarde e dia. Tão efêmeras quanto o coração de um leviano cafajeste, elas são aleatórias, sem ordens, sem nomes, sem rostos ou intenções. Existem por existir. Não me torno aqui o mais fiel dos rapazes, tampouco o menos confiável dos homens. Continuo sendo eu mesmo, um reflexo distorcido do que sou no real, só que agora nas terras do Lorde Moldador. Ainda acolhido por femininas beldades, sedentas por um rápido prazer. Desperto às seis, com o celular tocando a metros. Preciso levantar, desligo-o quase que por reflexo, mas já estou acordado, praguejando mais um dia que preciso levantar e olhar no espelho... Não, não. Esses dias de adolescência autodestrutiva e autocrítica já passaram, isto agora é real. Os sonhos são confortos que não anseio e nem amaldiçoo. Aqui fora meus dias são reais e o apreço pelos sonhos não é como antes; se eu dormir e sonhar, será ótimo; se eu dormir e acordar sem dores de neuropatia, melhor ainda! No mais, elas continuam a me visitar, fruto da desgarrada aventura que vivo lá fora, enquanto acordado e totalmente são de minha existência. A vida não anda sendo uma merda, tampouco anda banhada em glórias e ouro.
Apenas anda por andar, como na obra atemporal de Shakespeare. Ou na representação onírica de Neil Gaiman.

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