Não é preciso dizer "eu te
amo" para necessariamente amar. Porque, saibam, o amor está nas nossas
atitudes, nos nossos pensamentos, no modo como expressamos ao mundo. O amor
está nos detalhes, por mais que você não goste de dizer "eu te amo".
Sinceramente? Às vezes isso nem é preciso quando você cuida de alguém. Pode nem
ser amor, pode ser apenas uma paixão, mas quem disse que mesmo algumas paixões
valem menos que um dito "grande amor?". Onde está o sentido de amar e
enfiar seu pau na vizinha só porque ela tem um belo par de seios? Onde está o
sentido de amar só para dizer que "temos um relacionamento", enquanto
você está lá dando bola para mil outras garotas (ou mil outros garotos). No
fim, acredito que o ato de amar, mesmo não sendo esse dos grandes filmes e
livros, é simplesmente a forma mais pura de se preocupar e de cuidar. Não é
preciso estampar nas redes sociais com status bonitos ou “em um relacionamento
sério" se aquilo não vai passar de um rótulo. Socialmente, as pessoas
poderão estar juntas e formando um casal belíssimo, mas por trás a garota chora
e ele gasta as camisinhas em outras; por trás, ele está na aula e ela trocando
juras de amor com outro cara.
De vez em quando (não sempre, que
fique claro), não é preciso dizer "eu te amo" quando você está ali,
todo santo dia, se preocupando e dizendo "bom dia, tudo bem?". Se um
dos dois chora, o outro se preocupa e faz uma ligação por amparo, pega um
ônibus ou um táxi e passa a noite inteira ali do lado, às vezes só faz uma
visita rápida e não pode demorar porque os pais da pessoa em questão não
permitem uma longa noite de união (por questões que só os pais estão certos em
entender, desconfiar e estabelecer). A questão toda é que os casais mais
sólidos que eu, Felipe, conheço, são os que não precisam expor um "em
relacionamento sério" no Facebook, não precisam ficar com frescuras, nem
provações forçadas para dizer "ele é meu" ou "ela é minha".
Esses casais que forçam para proteger algo que não quer ser protegido, ah,
esses casais não têm a minha credibilidade. A liberdade de um casal está na
cumplicidade e fidelidade natural, pois eles se conhecem e não precisam
demonstrar nada a ninguém. Não é uma declaração de amor que vai provar que há
amor de verdade – não mesmo, nem sempre. É óbvio que existem casos e casos, mas
quem sabe o que digo vai entender sem construir ponderações. Às vezes, a pessoa
não precisa te amar para ser fiel, porque às vezes essa pessoa simplesmente tem
fidelidade por convicções próprias de caráter. Fidelidade não descende de amor,
mas sim de respeito e lógica. Algumas paixões são mais louváveis de que muitos
amores, mil vezes mais belas e invejáveis.
Guardem isso consigo. E de vez em
quando é preciso abrir mão, deixar a pessoa ir para conhecer novas experiências
e novas dores. Você quer dizer todo santo dia um "oi/bom dia/boa tarde/boa
noite", quer perguntar como ela está, mas não o faz, porque agora ela
pertence a outro alguém ou você mesmo pertence a outro alguém. Não extrapolar
esse limite, respeitar a escolha da pessoa e, acima de tudo, a sua própria
escolha, é realmente o real significado de maturidade. Se você ganhou alguém e
conquistou seu coração, se construiu um relacionamento, seja responsável por
isso, seja feliz e esteja em paz. É sua responsabilidade cuidar deste coração
conquistado, não importa se você sente amor ou paixão. Pois o cuidado que você
tem e cultiva, isso sim é o que importa no final. Esteja bem com isso e poderá
plantar e cultivar uma felicidade plena - bem mais plena que muitos
pseudo-casais felizes por aí.
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