25 de maio de 2012

Alma




E lá se vai todo aquele papo de razão e cientificismo. De repente, desaparece toda a lógica concreta que me prende a um mundo de átomos e leis físicas. Eu deixo de acreditar na ciência e, no escuro do quarto, de olhos fechados e mente aberta, eu já quase posso sentir algo dentro do corpo. Uma força que me move, que anseia e que oscila pela tristeza, decadência e alegria. Um caos indeterminado, regido pela incompreensão do universo, sustentando ossos, carnes, músculos e nervos. É estando feliz e em paz, que me acomete aquele antigo pensamento temeroso e de imensa bondade. Isso realmente existe, eu sei que sim. Nenhuma grandeza ou unidade numérica pode medir, mas está lá; nenhum cientista brilhante determinou, tampouco os filósofos comprovaram. Mas que há, há. É só preciso sentir um toque para ter certeza, mesmo que essa aproximação física não ocorra, por assim dizer, nos moldes tradicionais. Um beijo, um abraço, um olhar e o aquecer de uma respiração ofegante pelo desconcerto. Eu preciso sentir, basta um toque para eu ter toda a grandeza dos felizes e abandonar a certeza dos brilhantes. Eu sei que existe algo maior dentro de mim, me movendo não como uma máquina, mas como uma mínima peça importante de um mecanismo bem maior. Existe, sim. As melodias de Summertime me disseram isso – me fizeram sentir. Apenas um motivo e uma razão me empurraram para tal verdade. Só precisei de uma noite, um toque e uma pessoa.

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