21 de maio de 2012

Esse é o meu soneto



Há outro texto desse, falando sobre a mesma ocasião. Mas, preferi mantê-lo guardado, porque eu não o escrevi para mostrar ao mundo, eu o escrevi para aliviar uma dor. E nele, minhas palavras são mais agressivas e dramáticas, estão tristes, chorando e praguejando pontos de exclamação. Lá eu choro, lá eu chorei escrevendo – literalmente falando. Chorei sobre o despertar de um sonho, no qual você era mil vezes mais real do que todos os outros sonhos que já tive ao seu lado. Você era real, merda! Você vinha me visitar, você dormia na minha casa. Me chamava da universidade e eu largava tudo. Por sua causa, eu abandonava provas e causas estudantis, voltava para casa porque lá estaríamos a sós. Eu sonhei com tudo isso. E você estava incrivelmente fria, em alguns momentos. O que sempre me deixa curioso e sedento de amor. É uma expressão sua que construí na minha cabeça: um olhar sério, profundamente castanho e misterioso, do tipo que transmite intenções nada confiáveis. Você era fria no sonho, mas sempre – sempre é assim, na minha cabeça e nas outras vezes em que adormeci e você me acometeu a mente – despontava aquele sorrisinho que anulava tudo e me tragava ao seu abraço. E foi aí, exatamente aí que o celular tocou e me tirou desse sonho. Eu fiquei realmente puto nesse dia – 8 de Maio de 2012. E então eu chorei, por um simples motivo: por que eu deveria acordar e ser retirado da única coisa que me faz feliz nesse mundo? Me perguntei a Deus – vocês vão julgar isso um absurdo, mas pra mim jamais foi – por que ele simplesmente não poderia parar meu coração durante aquele sonho e... Bingo, por que não dar o golpe final? Ao menos, eu partiria feliz, longe de todos os problemas e frustrações dessa vida real. E aí eu escrevi um texto nesse dia (com três imensos parágrafos do tamanho deste texto, cada um), como forma de descontar minha dor. Não vou colocá-lo aqui, até porque ele foi o único texto que escrevi nos dias que decidi parar, ou seja, foi o meu momento claro de recaída ao vício. Mas, já estou de volta aos mantos da escrita e não posso abandonar aquilo que me alimenta. É minha válvula de escape, principalmente para retratar o peso da saudade e as dores dos sonhos. Foi a coisa mais real que já vivi. A coisa mais real da qual fui arrancado e exilado. Agora, as noites são assim: eu, deitado nessa cama, esperando por mais um sonho como esse e, desejando mais que tudo, que me último suspiro seja entre eles, se meu destino for jamais te tocar fisicamente.
Não seria um peso pra mim. É como o próprio Álvares de Azevedo disse: “Por ti – as noites eu velei chorando, Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!".

Um comentário:

  1. D: faz doer meu coracao, por me fazer lembrar d uma pessoa q marcou minha vida miseravel.

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