30 de maio de 2012

Nada



Tudo se baseava em uma “simples” mecha de cabelo e o modo como eu deslizava minha mão através dela. Você sorria, sabe? Aquele sorrisinho tímido de um milhão de pensamentos? Pois é. Seus olhos procuravam uma distração, algo que a mantivesse alheia à vergonha. Você fazia eu me sentir o maior dos caras, o mais experiente, daqueles que tem tudo sob controle. Engano o seu.  Eu só estava ali, te admirando sob um toque, acariciando seus cabelos, te tocando a face com minha respiração descontrolada. Porque, no fundo, meu coração palpitava às mil carreiras, trotando feito um exército de cavalaria. Minha boca estava seca, as mãos despejando aquele suor frio e tenso. Você não me olhava, mas isso não fazia diferença. Eu te beijei nesse instante, ignorando medos e receios. Um simples toque, apenas um selinho. Você me abraçou e tentou se aquecer do frio, mal fazendo ideia de que o verdadeiro gelo estava dentro de mim. O gelo da saudade. Você finge ser mais fraca, até julga que isso seja verdade. Mas não faz ideia das noites que choro por não tê-la aqui. Eu sou homem, mas sou extremamente fraco. É quando lembro que você numera aquele pequena lista de 5 coisas que ainda me fazem bem; é só o que eu preciso para ser feliz e voltar à paz primordial que deve acolher uma pessoa. Totalmente distante de você, eu não sou nada. Nada mais que menino ingênuo e triste. Nada.   

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