1 de maio de 2012

Ofício


Não sei porque continuo a escrever. De onde vem essa inspiração, mesmo quando não estou inspirado? Sai do nada, brota feito câncer, é contagioso para alma e perturbador para a mente. O pior disso, é que me sinto um idiota por ainda escrever. Não faz sentido fazer algo com um objetivo e ter a bruta sensação de falhar em cada tentativa. Às vezes me sinto um bobo, escrevendo em vão para um ouvido que jamais escuta ou jamais expressa escutar. Me sinto um louco varrido por ser diferente dos outros caras. Me sinto um viadinho ingênuo, fresco e infantil – sem preconceitos, mas as pessoas sempre me julgam e isso afeta, de vez em quando. Eu não sei porque ainda o faço, este maldito ofício da alma. Escrever. É angustiante, pasmem vocês. Saber fazer algo que surpreende determinado número de pessoas, mas não estar satisfeito com tanta coisa. Porque, no fim, eu escrevo apenas minhas mágoas e esperanças que, invariavelmente, sempre acabam se esfarelando. Sou banhado em desilusão, perco fácil o estímulo; cabisbaixo e renegado. Eu só quero parar escrever e de expressar.
Não tem sido uma terapia. Tem sido um pesadelo.

Um comentário:

  1. Culpa das palavras q ficam se armazenando q chegam no apice d serem passadas para o "papel"

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