Fui invencível. O mundo não tinha
amanhã, era regrado fora das regras que meus limites impunham. Foi em 2006,
onde eu quase parti dessa pra melhor; foi em 2008, onde as dores que começaram
lá estão voltando agora. Nesse vão espaço de quatro anos, eu fui o maior dos
seres humanos, cometendo vacilos, fugindo do controle, me sentindo o herói
imbatível. Passei mal incontáveis vezes sem ninguém perceber, estive à beira de
um ataque, mas me refiz em doses cavalares e diárias de insulina, como se
apenas aquilo fosse me salvar. Mas era apenas uma solução passageira. O que o
diabetes me tirou? Nada. Quem tirou
de mim fui eu mesmo. Alguns centímetros a mais, algum peso a mais, alguma
dignidade a mais. A doença nunca será a vilã, e sim uma ferramenta de autodestruição
usada por mim. Eu mereço. E que fique claro que isso não é uma reclamação, e
sim a consciência do meu erro, que me trás hoje piadinhas e dores – dores
física, neurológicas. Mas tudo bem. Hoje é a altura, a magreza, algumas dores.
Amanhã serão os olhos, os rins, a vida. É a minha forma de penitência. Só
espero que se cumpra logo – o mais rápido possível.
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