12 de janeiro de 2013

Rock





Ele queria. Ela também. Deu rock. Mas não de uma forma que ele esperava, planejava ou estava acostumado. Foi engraçado, tanto que eles começam a rir sempre que lembram. Ela, tão tímida, agarrou-o na escada. Ele não esperava isso. Não esperava nem mesmo sentir a boca dela, já que ela nunca tinha demonstrado que ele poderia ser algo além. Nem mesmo que os episódios na escada se tornariam cada vez mais constantes e se repetiriam em outros lugares. Vários outros. Não tinham medo do que pensariam sobre eles, mas não faziam questão que ficassem sabendo, afinal, seriam julgados. Na verdade, já eram. Impossível não notarem os olhares de algumas pessoas com um quê de inveja ou raiva. Tinham também os de aprovação e os de “eu já sabia”, mas os únicos olhares que realmente importavam eram os cínicos que eles trocavam arriscadamente no meio dos amigos. O que sentiam? Amor? Decididamente não. Paixão? Duvido muito. Só sabiam que era muito bom quando estavam juntos. Pra ambos. Escondidos, então, adoravam. Tanto quanto adoravam a sensação da incerteza dos que os cercavam. Como ela dizia, “estavam pra fazer um bolão”. E as pintas? Ai, aquelas pintas. Mas além de tudo tinha a incerteza dele. Nunca sabia quando ela estava brincando. Era demais. E assim vão se passando os dias. Vida seguindo, amassos escondidos e muito desejo. Muito, o qual nenhum dos dois tem pressa de realizar.
           
(T.S. Banha)

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