15 de novembro de 2012

Adoro a tristeza



Adoro a tristeza. Paradoxal, mas verdade. Ela traz à tona tudo que a nossa realidade colorida e bela, criada por nossas mentes ou postas lá por quem quer que seja, omite. Não quero dizer que geralmente isto é uma constante na minha vida, longe disso. Sou feliz, até demais. Ao ponto de ser chato por tanto otimismo e positivismo. Por isso as pessoas estranham quando não estou bem - o que, pra mim, difere de estar feliz. Felicidade é fugaz, bem-estar é perene. Eu estou bem, mas posso não estar feliz; Posso estar bem e estar triste; posso todas as variações que puder encontrar. De qualquer forma, a tristeza liberta da utopia que criamos buscando, ao modo árcade, um estado de satisfação pessoal impenetrável, avulso à realidade em que estamos inseridos. É deprimente. Fazemos o papel de vilão de nós mesmos. Contudo, eu não aconselho ninguém a sair desse estado de nirvana em que se encontra. A realidade dói, machuca. Muito. Quando você supostamente pode alcançar, tem tudo pra fazê-lo, mas não consegue é pior ainda. Mantenha-se nesse universo paralelo, onde a “grama é verde e as garotas são bonitas”. Por mais desnecessário que seja, ser alienado protege de muitas coisas, inclusive de nós mesmos. Ou do pior, como as verdades que sabemos, não queremos acreditar mas que estão ali, esperando pacientemente, pra que elas possam nos puxar desse universo paralelo ao qual estamos piamente vinculados.

(T.S. Banha)

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